MON

Muito mais sobre a arte de Burle Marx

Um Burle Marx completo, não apenas paisagista. É isso que o público vai poder apreciar na mostra que será aberta hoje, às 11h, no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, como comemoração do centenário do nascimento do artista.

A ideia do curador da mostra, Antônio Carlos Abdalla, foi fugir um pouco do convencional mostrando mais o lado de artista plástico de Burle Marx, com obras de pintura, escultura, tapeçaria e desenho de joias, já que as mostras que têm ocorrido dão ênfase ao seu trabalho como paisagista.

“Ousamos em apresentar esse lado do Burle Marx. Apesar dele ser mais conhecido como paisagista, sua formação é a pintura. E eu considero que ele desenvolveu tão bem seus trabalhos de pintura quanto os de paisagismo. É uma exposição bem original”, avalia Abdalla.

Para o curador, há outras nuances de Burle Marx que muitas vezes passam despercebidas, como a música. “Ele adorava música e arquitetura. Era o homem humanista do Renascimento”, comenta.

Um dos mais importantes paisagistas brasileiros, Roberto Burle Marx nasceu em São Paulo, em 1909, e morreu no Rio de Janeiro, aos 85 anos de idade. Teve como professor de pintura Portinari, e ele mesmo gostaria de ter sido mais reconhecido como pintor, pois deixou um importante legado em esculturas, tapeçarias e desenhos de joias. Obras do artista estão expostas no mundo inteiro.

A mostra do MON é dividida em dois núcleos: a primeira traz a antologia histórica de Burle Marx, com as várias facetas do artista plástico. Já a sala especial dá destaque às várias obras de Marx, focadas no abstracionismo geométrico.

A grande surpresa é a montagem da Paisagem monumental, reedição de uma pequena exposição comemorativa de 2008. Trata-se de uma montagem original fundamentada nos grandes cicloramas, que foram consagrados principalmente no século 19, como visões panorâmicas de locais e cidades destacadas, em especial o Rio de Janeiro. “A Paisagem monumental é uma tentativa de junção do artista plástico com o paisagista. Será uma homenagem”, afirma o curador.

Pintura e paisagismo

Abdalla analisa que a pintura de Burle Marx se insere em um “certo modernismo”, revelado a partir da década de 20, no Brasil. “Mas, o artista flertou muito de perto com o Abstracionismo Geométrico, movimento amplamente difundido no mundo artístico internacional, principalmente a partir da década de 1950”, comenta.

De acordo com o curador, após esse período de geometrização e subtração da figura realista, Burle Marx buscou um caminho muito pessoal, criando uma obra original, facilmente identificável. Para Abdalla, o artista está sendo mais valorizado, hoje, no Brasil, mas há ainda muito a ser descoberto em seu trabalho.

Serviço

Burle Marx – Mostra antológica e a Paisagem monumental. De hoje até 28 de fevereiro de 2010, no Museu Oscar Niemeyer (Marechal Hermes, 999). Entrada R$ 4,00. De terça a domingo, das 10h às 18h.

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