O Ministério Público do Paraná (MP) instaurou ontem um inquérito para verificar se os preços cobrados para o show do cantor Roberto Carlos, nos dias 2 e 3 de outubro, no Teatro Positivo, em Curitiba, estão sendo majorados pela produtora do evento, a CWB Brasil Comunicação e Eventos. O motivo para a atuação do MP deve-se ao fato de muitas pessoas estarem questionando os valores.
Segundo informações do site www.ingressorapido.com.br, os valores da pré-venda dos dois shows – exclusiva para clientes do Itaú Personnalité – são: setor azul (R$ 1.680), setor amarelo (R$ 1.350), setor verde (R$ 1.120), setor branco (R$ 990) e setor vermelho (R$ 690). Para o público em geral, os preços irão variar de R$ 400 a R$ 1.200, confirmou o diretor do Teatro Positivo, Marcelo Franco.
Com base nessas informações, a Promotoria de Defesa do Consumidor de Curitiba realizou um levantamento para comparar os preços praticados na capital paranaense com os cobrados em outras cidades brasileiras.
A pesquisa apontou que o ingresso mais caro do concerto realizado pelo cantor no Rio de Janeiro, no Theatro Municipal, custava R$ 350, para assistir na plateia e no balcão nobre, enquanto o mais barato saía, na galeria, a R$ 30.
As dimensões do teatro fluminense são semelhantes ao do curitibano. Em outros espaços, como em São Paulo e Porto Alegre, os ingressos custavam, respectivamente, R$ 60 a R$ 280 e R$ 50 a R$ 280.
O sócio da CWB Brasil Comunicação e Eventos e produtor local da apresentação do Roberto Carlos, João Guilherme Leprevost, informou que, assim que soube da decisão do MP, entrou em contato para agendar para hoje à tarde uma reunião com a promotoria, na qual irá explicar toda a planilha de custos para a cobrança do ingresso.
“Fazemos questão de conversar com os promotores e mostrar que tudo está certo. Vamos mostrar ainda que o valor que foi divulgado está incorreto. O ingresso mais barato sai a R$ 400 e o mais caro R$ 1.200. Como acredito que muita gente tem direito ao meio ingresso, como idosos e professores, por exemplo, a maioria do público deve se valer desse benefício, ou seja, o ingresso irá sair na faixa de R$ 200 a R$ 600”, esclarece.
Ele questiona ainda a comparação realizada com outras cidades, pois, de acordo com o produtor, o show foi realizado nas outras em lugares com maior capacidade de público. “O show em Curitiba será para 2,4 mil pessoas.
Em São Paulo e Porto Alegre, que não foram apresentados em teatros, houve um espaço disponibilizado muito maior. Tem que levar todas as variáveis possíveis na hora de cobrar o ingresso.
Acredito que essa reunião será bem proveitosa, pois vamos esclarecer não somente ao poder judiciário, mas também a todos os nossos clientes cientes do preço cobrado pelo ingresso”, afirma.
A Promotoria notificou os representantes da produtora do show para prestarem esclarecimentos e apresentarem documentos relativos aos custos do evento. Caso seja verificado abuso de preços, os promotores de Justiça irão propor a redução dos valores e poderão ajuizar ação civil pública se não houver acordo.