Acabou em catarse coletiva o último show da turnê do Franz Ferdinand, realizado no último sábado no festival Motomix, em São Paulo. Depois de quase não acontecer (um dia antes a Prefeitura da cidade cassou o alvará por falta de documentação, mas foi obrigada a recuar devido a uma liminar), o festival, que seria realizado em apenas um dia, foi dividido em dois.
Mas o grupo escocês, a principal atração do Motomix, apagou a lembrança de qualquer drama. Subindo ao palco por volta das 2h, o grupo fez uma apresentação histórica. Logo nos primeiros acordes de This boy – que nem é uma das músicas mais famosas da trupe – o público de mais de sete mil fãs já estava ganho.
O vocalista Alex Kapranos não faz questão de esconder que a banda tem uma relação de amor com o Brasil, e por isso escolheu o País para encerrar a tour que já dura cerca de três anos. Sorte dos brasileiros que puderam ver a principal banda de rock a surgir nos anos 2000s no auge do sucesso, e repetidamente em um curto período de tempo, já que eles estiveram por aqui acompanhando o U2 em fevereiro.
Desta feita, sem a banda de Bono Vox por trás e, principalmente, sem o público do U2 pela frente, o Franz Ferdinand mostrou o porquê da fama. Todos os hits, como Dark of the matinée, Take me out e Do you want to, foram cantados em uníssono pela platéia. O show foi fechado em apoteose ao som de This fire, com um Alex Kapranos ensandecido e sem camisa atirando seus tênis para os fãs, o guitarrista Nick McCarthy presenteando um fã com o teclado (!) e o baterista Paul Thomson destruindo seu instrumento. Histórico!
A banda inglesa Art Brut teve a sorte de abrir para o Franz Ferdinand e não fez feio. Destaque para o excêntrico vocalista Eddie Argos, que, com o seu jeito ?falado?? de cantar, aproveitou para distribuir conselhos entre uma música e outra para a platéia. Já os nova-iorquinos do Radio 4 tiveram o azar de tocar após os escoceses, mas fizeram uma apresentação muito competente e colocaram quem ainda se agüentava em pé para dançar ao som de seu disco punk.
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