Mostrando o lado oculto

Glória Perez pegou Cláudia Jimenez de surpresa. Primeiro, a atriz se surpreendeu quando soube que Consuelo, de América, era mexicana. Depois porque faria pela primeira vez um papel dramático na tevê. Pior: Consuelo volta e meia se debulha em lágrimas. Foi uma mudança radical. Afinal, são mais de 20 anos de comédia.

Na primeira cena de choro, a atriz levou horas para fazê-la se recusou a usar o velho recurso do cristal japonês. ?Tive de repetir umas dez vezes. Fiquei apavorada. Mas por causa disso, sinto que subi um degrau na carreira?, garante. Aliás, Cláudia enche a boca para dizer que não está com saudades do humor. Embora não arranque mais gargalhadas dos telespectadores, nos bastidores sua reputação está intacta. Nos intervalos de cena, a atriz não perde piada. ?O humor salva a gente. Pelo menos, salvou a minha vida nos momentos mais complicados?, afirma.

Para não fazer feio na pele da típica ?madrecita?, Cláudia teve aulas com a mexicana Lourdes. Na propriedade da professora, a atriz aprendeu a fazer comidas típicas, a se comportar e se vestir. Além disso, visitou o cônsul do México e assistiu a palestras sobre a realidade do país. ?Como não sei falar espanhol, tinha de mostrar com qualidade as outras coisas?, justifica.

P – Esta é a primeira vez que você faz drama na tevê. O que é mais difícil?

R – Quando o Jayme me fala: ?Nessa cena quero lágrimas?. Me bate um desespero… Fico apavorada mesmo. O humor foi o exercício da minha vida inteira. O que faço, inclusive, com o pé nas costas. Por isso, fiquei receosa de fazer algo tão diferente. Minha sorte é que peguei um diretor muito paciente. Isto porque ele espera eu buscar a emoção dentro de mim. Mesmo com as dificuldades, confesso que a dramaticidade de Consuelo é minha maior motivação para trabalhar na novela.

P – Como é estrear no papel de mãe?

R – Simplesmente adorei. Apesar de não ter filhos que saíram da minha barriga, sou muito ?mãezona?. Todos meus amigos, minhas irmãs e meus sobrinhos são como filhos para mim. Por isso, não tive dificuldade, apesar de não ter vivência. Até porque toda mulher, independentemente de ter parido ou não, tem instinto maternal.

P – Além da novela, você tem algum projeto paralelo?

R – Vou começar a ensaiar com Aderbal Júnior o monólogo ?A Ordem do Mundo?, de Patrícia Mello. Essa peça retrata o mundo em que vivemos de uma forma bem contemporânea. Mas mostra as dificuldades com muito humor. Devo estrear antes de acabar a novela.

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