Mostra Spectres segue na Galeria Nara Roesler

Ao lado da exposição de Antonio Dias, na Galeria Nara Roesler, o visitante tem acesso a outra mostra importante, Spectres (Espectros), também aberta na terça-feira, 01, com 20 trabalhos de grandes estrelas internacionais, do minimalista norte-americano Dan Flavin, pioneiro no uso da luz artificial como suporte, ao fotógrafo japonês Hiroshi Sugimoto, passando pelo argentino Julio Le Parc, um dos grandes nomes da arte cinética, e o norte-americano James Turrell, que criou ambientes de cor para investigar o fenômeno da percepção visual.

Edição do Roesler Hotel, projeto da galeria dedicado a exposições com curadores convidados, Spectres tem organização do jovem historiador francês Matthieu Poirer, cocurador da mostra Dynamo – Un Siècle de Lumière et de Mouvement 1913-2013, realizada no ano passado no Grand Palais, em Paris. Doutor em História da Arte pela Sorbonne, o pesquisador dedicou sua tese ao estudo da arte voltada para a luz. Ele deliberadamente chamou a mostra de Spectres, por ver “fantasmas” tanto nas obras de veteranos como Dan Flavin como da jovem francesa Isabelle Cornaro.

Poirier brinca com essa fantasmagoria, evocando as manifestações ectoplasmáticas dos médiuns espíritas, mas adianta que não é um homem religioso. “É possível que alguém sinta a presença de Maiakovski na sala iluminada com as lâmpadas fluorescentes de Dan Flavin, mas não foi a minha intenção”, brinca o jovem Poirier, que separou os artistas em dois pavimentos, o do dia (no andar térreo) e o da noite (no superior, onde estão Flavin, Julio Le Parc e Sugimoto).

A luz é tanto elemento revelador como serve para ocultar. Na sala de baixo, a belga Ann Veronica Janssens usa um cubo com painéis coloridos translúcidos e neblina artificial para transformar pessoas reais em espectros dentro do “penetrável”. No andar de cima, Sugimoto retrata cinemas antigos em imagens produzidas por meio de descargas elétricas sobre a película fotográfica, dando ao ambiente uma aparência fantasmagórica. Uma mostra imperdível. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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