É uma leveza que se insinua por toda a exposição “Grandes Artistas/Grandes Formatos”, que o Gabinete de Arte Raquel Arnaud, em São Paulo, inaugura hoje para convidados e amanhã para o público, com obras de Carmela Gross, Arthur Luiz Piza, Carlos Fajardo, José Resende, Carlito Carvalhosa, Iole de Freitas e Frida Baranek.

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“Instituições estão investindo nesse eixo e há colecionadores interessados em adquirir obras para seus espaços abertos”, diz a marchande Raquel Arnaud, que fez a seleção dos trabalhos expostos, alguns inéditos. “A Negra” (1997), de Carmela Gross, é uma sobreposição de tules negros sobre estrutura de ferro com rodas que se transforma em um corpo fantasmagórico de 3,30 metros de altura. O Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC) já tem a primeira edição da peça, mas seu terceiro e último exemplar é que está agora na galeria.

A leveza de “A Negra” é conseguir ser, ao mesmo tempo, um gigante a poder aterrorizar um espaço da cidade ou uma sala com seu corpo de muitas camadas de tecido. Outra obra que tem sua força no balanceamento da sutileza e da vibração é “Fora da Casinha”, trabalho novo de Carlito Carvalhosa. Ele construiu um espaço de passagem usando apenas luzes brancas fluorescentes (133 lâmpadas) e tecidos TNT quase transparentes.

“É uma leveza adensada”, diz o artista. A luz, que é o princípio de tudo, da visão, inclusive, se “solidifica” nesse trabalho promovendo a criação de um lugar (com 4,5 metros de largura e 5 metros de altura) no qual o visitante adentra, experimenta. Carlito Carvalhosa tem essa veia de produção que mistura os princípios de pintura e de escultura – e ele consegue fazer variações diversas com o uso dos mesmos materiais.

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