Fotos de pessoas anônimas, em espaços públicos urbanos, são mostradas na exposição Transeuntes, da fotógrafa Alessandra Haro, que está em cartaz, até dia 27 de novembro, no Museu Guido Viaro, em Curitiba.
“São nove fotos e um vídeo, que é tratado como foto, que fiz no ano passado, na Espanha, enquanto realizava meu mestrado em Fotografia Artística. Apesar de as fotos terem sido feitas em Madri, elas não identificam a cidade. Poderiam ter sido realizadas em qualquer centro urbano do mundo”, conta a fotógrafa.
O trabalho de Alessandra teve como referência principalmente o antropólogo francês Marc Augé, para quem o espaço urbano influencia o comportamento das pessoas e, muitas vezes, direciona para o individualismo.
“As imagens foram baseadas nos conceitos de tempo, espaço e individualismo, de Marc. Atualmente, em função das novas tecnologias, temos uma aceleração do tempo. Já em relação ao espaço, as pessoas mudam o comportamento quando estão inseridas em um ambiente urbano. Nele, vivem mais fechadas e se tornam individualistas para poderem sobreviver. Viver em um espaço urbano tem vantagens, mas também muitas desvantagens”.
Alessandra também se inspirou no vídeo-artista japonês Hiraki Sawa, no fotógrafo italiano Paolo Ventura e na fotógrafa argentina Liliana Porter. “Estes são artistas que trabalham com uma estética mais ou menos parecida com a que procurei utilizar na realização de meu trabalho”.
Todas as fotografias apresentadas na exposição estão disponíveis para venda. Alessandra é curitibana e graduada em Publicidade pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), em 1998.
Especializou-se em Antropologia Visual na Universidade Candido Mendes (2004) e se tornou mestre em Fotografia Artística pela Universidad Europea de Madrid, no ano passado. Trabalha com fotografia e na área audiovisual desde 1996.
Serviço
Transeuntes, por Alessandra Haro. Em exposição até 27 de novembro no Museu Guido Viaro (Rua XV de Novembro, 1348). De terça-feira a sábado, das 14h às 18h. Entrada franca.
