A Mostra em Língua Espanhola, que estreou no Guairinha no final de semana, continua em cartaz nas salas do Centro Cultural Teatro Guaíra. O evento promovido pela instituição possibilita ao público assistir à montagens internacionais a preços populares: R$ 6,00 e R$ 3,00. Os espetáculos estão sendo levados no Guairinha, Mini-auditório e Teatro José Maria Santos.
Nesta terça-feira (20), às 21 horas, o grupo argentino Marfiel Verde apresenta no Mini-auditório ?Ubu Rei?, adaptação da obra-prima de Alfred Jarry, considerada a primeira peça do teatro do absurdo. Na releitura do grupo Marfil Verde a ação, que originalmente se passa na Polônia, é transportada para a Argentina, com a chegada de Ubú àquele país.
Nesta versão a atriz Yesika Migliori – também diretora do espetáculo – interpreta os vários personagens da trama, no que ela chama de ?ubunipersonal?. A trama escrita por Jarry mostra a chegada ao poder de um grotesco e pomposo rei, Ubu, e sua esposa, Madre Ubu, que simbolizam a cobiça, a ignorância e as atitudes burguesas. A peça tem duração de 40 minutos.
No Teatro José Maria Santos, nesta terça(20) e quarta-feira (21), às 21 horas, a atriz peruana Teresa Ralli leva à cena ?Antígona?, monólogo que narra a tragédia grega escrita por Sófocles no século V a. C. O espetáculo do grupo Yuyachkani transfere a ação ao Peru, para evidenciar a dor e o sofrimento de mulheres que tiveram parentes desaparecidos durante o regime militar naquele país, que também não puderam enterrar seus entes queridos. O texto é do poeta José Watanabe, direção de Miguel Rubio.
O grupo espanhol La Machina Teatro faz um mergulho no universo dos mendigos no espetáculo ?La Sucursal?, cartaz da sexta-feira (23), em duas sessões, no Teatro José Maria Santos: às 15 horas e 21 horas. Inicialmente faria sua estréia na noite de quinta-feira (22), mas devido ao jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo, nessa data, o espetáculo foi transferido para o dia seguinte. A peça, escrita por Issac Cuende, com direção de Francisco Valcarce, traz no elenco Fernando Madrazo, Luis Oyarbide e Alberto Sebástian.
Com humor ácido e sarcástico, conta a história de dois mendigos que recebem orientações de um capataz, para se tornarem mais eficientes na arte de esmolar. A peça revela uma faceta pouco usual da mendicância: que ela é apenas uma forma mais palatável de escravidão. Uma escravidão moderna, até mesmo industrial, pois como diz o capataz, ?isto é uma fábrica e temos que vender o que fabricamos?.