Fotos: Divulgação
Borys Kossoy.

A Fundação Cultural de Curitiba abre amanhã, no Museu da Fotografia Cidade de Curitiba (Centro Cultural Solar do Barão, Rua Carlos Cavalcanti, 533), a exposição fotográfica ?Eixos da Fotografia?, com obras de 16 renomados fotógrafos brasileiros. As obras pertencem ao acervo da Fundação Cultural de Curitiba e integram a programação denominada ?Acervo Exposições 2006? , elaborada pela Diretoria de Patrimônio Cultural.

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A exposição reúne trabalhos de Améris Paogini, Beatriz Dantas, Bob Wolfenson, Boris Kossoy, César Barreto, Cláudia Jaguaribe, Cristiano Mascaro, Evandro Teixeira, Haruo Ohara, João Urban, Nelson Toledo, Ricardo Teles, Sebastião Salgado, Tiago Santana, Wilma Slomp e Walter Carvalho. A curadora da exposição, Nilza Knechtel Procopiak, diz que a seleção das imagens, entre as mais de 1.400 que constituem o acervo da Fundação Cultural, foi norteada principalmente pelos eixos de linguagem sobre os quais se constrói a fotografia.

Walrter Carvalho – Cinema de tocos de árvores (1949).

A curadora parte da definição de Henri-Cartier Bresson (?uma foto é o encontro do instante com a geometria?) para explicar a sua proposta. ?O primeiro critério foi determinar que as fotografias apresentadas destacassem linhas da sintaxe da linguagem visual. Entendidas como eixos da fotografia, estas linhas ordenam os principais elementos registrados pela câmera e, conseqüentemente, toda a composição da imagem fotografada?, explica.

Outro parâmetro adotado por Nilza Procopiak foi a questão da ?fotografia por ela mesma?. Ou seja, além dos eixos, a resolução fotográfica deveria conter as noções de ?studium? e ?punctum? (o óbvio e o obtuso, definidos por Roland Barthes). Outro aspecto importante diz respeito ao fato que cada fotografia, enquanto fruto de pesquisa que envolveu todo o acervo, foi selecionada individualmente, sem a preocupação de formar um conjunto, a não ser pelos eixos. ?Entretanto, quando colocadas juntas, as fotos se organizaram em composições instigantes e provocativas, resultado direto de como as próprias imagens fotográficas se relacionam umas às outras?, analisa. ?Além disso, cada foto, portadora de uma realidade própria, se multiplica em infinitas interpretações, de acordo com o repertório existencial de quem as observa?.

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Para exemplificar, Nilza Procopiak cita as fotos de Sebastião Salgado e Améris Paogini, as quais colocadas perto e funcionando como contrapontos levantam uma série de questionamentos, como a multidão desumana reduzida a pontos pela câmera de Salgado, e a pintura ilusionista do teto em ?trompe l?oeil? , na foto de Améris, que simula elementos arquitetônicos com objetivo de alterar intencionalmente a percepção de quem olha. ?Ambos individualmente focalizam a ilusão, entre outras possíveis leituras que agora se somam ou se cruzam?, explica.

Outros exemplos são os trabalhos de Boris Kossoy e Bob Wolfenson. Segundo a curadora, eles enfatizam os eixos diagonais, que são reconhecidamente linhas de tensão e instabilidade, enquanto as fotos de César Barreto e de Vilma Slomp se complementam nas curvas geométricas.

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Serviço:

Exposição ?Eixos da Fotografia?, Museu da Fotografia Cidade de Curitiba, Centro Cultural Solar do Barão (R. Carlos Cavalcanti, 533). De 1.º de dezembro a 25 de março de 2007. De terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h; sábados e domingos, das 12h às 18h. Entrada franca.