Discussões sobre o acesso e a preservação de filmes nacionais, por meio de políticas públicas, dão o tom da 9ª Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP). O único festival que tem como tema principal o acesso à memória, começa dia 28 de maio e se estende até 2 de junho na cidade histórica mineira e presta homenagem aos diretores Luiz Rosemberg Filho e Ricardo Miranda. Haverá exibições de filmes, oficinas e seminários alinhados à proposta do festival.
De acordo com a coordenadora da mostra, Raquel Hallack, um dos objetivos é reunir representantes de arquivos e acervos audiovisuais para discutir ações emergenciais e uma política para o setor.
“A CineOP quer servir como um instrumento para a construção de um plano nacional de preservação”, destacou. “Estamos falando da importância do acesso à memória e à difusão, que os arquivos sejam recuperados, catalogados, preservados e disponibilizados”, completou.
Também participarão dos debates especialistas de países da África, América Latina e do Caribe, além de representantes do Ministério da Cultura, que participarão da mesa Políticas Pública para o Audiovisual.
Confirmaram presença o secretário de Audiovisual, Mário Borgneth, e o coordenador da Cinemateca Brasileira, Lisandro Nogueira. Ao todo, serão 21 debates.
As discussões serão entremeadas por exibições de clássicos. Os destaques são os filmes dos homenageados, Luiz Rosemberg, cineasta brasileiro, de 70 anos, e Ricardo Miranda, que morreu este ano, aos 63 anos.
O primeiro foi um dos fundadores do cinema experimental brasileiro e ícone do cinema marginal. O segundo, “um dos grandes gênios do cinema nacional”, segundo Raquel, reconhecido como montador ao lado de Glauber Rocha e Paulo César Saraceni.
Entre as obras de Rosenberg que serão exibidas estão Jardim de Espumas e Imagens, películas que estavam desaparecidas e foram encontradas na cinemateca francesa.
De Ricardo Miranda, a mostra conta com Paixão e Virtude, além de Nostalgia do Branco. De autorias diversas, serão exibidos no festival 59 filmes, sendo 19 longas-metragens, sete médias e 33 curtas.
De gerações mais novas do cinema nacional, a mostra também exibe Cidade de Deus- 10 Anos Depois, de Cavi Borges e Luciano Vidigal, sobre o paradeiro dos atores que trabalharam no filme, lançado há mais de uma década e que se passa em comunidade carioca.