Mostra Chagal

O reconhecimento que o complexo do Vittoriano (no Palácio Vittoriano Emanuelle) apresentando a arte de oitocentos e novecentos no espaço mais importante na Itália, seja pela qualidade que pela originalidade das suas iniciativas. A escolha de dedicar a Chagal a mais importante retrospectiva nunca realizada na Itália, com 200 obras, a atividade e as relações de um dos maiores artistas de novecentos.

Chagal representa, não somente um dos vértices da arte figurativa do século passado, mas constitui, também, o ponto de mediação entre a cultura hebraica e aquela da Avanguarda de novecentos, entre na tradição russa, culminada na experiência dramática das revoluções soviéticas, aquela ocidental, naufragada entre os demônios do antesemetismo e da luta de religião. Hebreu de família modesta, nas primeiras obras descreve a sua cidade natal, Vutebsk, e as imagens de seus familiares, com um encanto e uma sensibilidade infinitas. Chega depois a Paris, vem amigo de Modigliani e de Apollinare, que o introduz no mundo da Avanguarda mais avançada, mas o jovem hebreu russo se mantém autônomo seja ao cubismo que do surrealismo.

Em 1914 decide voltar para a Rússia, para se casar com Bella Rosenfeld; o estourar da guerra e da revolução de outubro, mas a sua independência intelectual e ética não é perdoada. De novo deverá partir para o exílio, abandonando pela segunda vez a sua amada Rússia para ir a Berlim, e de lá, Paris. Em 1923, durante a feliz descoberta da luz e da natureza, ele inicia uma das suas pinturas mais trágicas e potentes. A caída do anjo, na qual rafigura uma espécie de demônio, cor sangue, que parece arrastar a própria caída ao mundo inteiro. Recomeça a ópera em 1933: a este ponto a catástrofe está chegando, a tragédia do povo hebraico assume proporções imensas e as obras de Chagal atingem vértices de potência emotiva. A sua extraordinária habilidade de colorista vem a ser o veículo para denunciar ao mundo o horror do extermínio que ameaça o povo e escolhe a figura de Cristo para representar o martírio de sua gente.

Somente na sua volta à França, em 1948, quando fascinado pela luz do sul decide viver em St. Paul de Vence, mostra nas suas telas aquele senso místico da natureza e dos seres viventes que não tinham mais abandonado e que pareciam transfigurar uma última vez, numa cor nova e absoluta.

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