No texto anunciando o encerramento da Mostra de Tiradentes – sábado, 30 -, o repórter assinalou que, na noite anterior – a última da competição da Mostra Aurora -, havia sido exibido o longa talvez mais aguardado da Mostra Aurora.

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Desde o início, havia grande expectativa pelo concorrente pernambucano Animal Político, de Tião. Afinal, um filme que tem como protagonista uma vaca só podia ser definido como ‘insólito’. Mas havia outro filme da competição que também passava na sexta-feira à noite, 29, e foi esse o escolhido pelo júri da crítica.

E o Troféu Barroco da 9ª Mostra Aurora, da 19ª edição da Mostra de Tiradentes, foi para… Jovens Infelizes ou O Homem Que Grita Não É Um Urso Que Dança. O filme do jovem Thiago B. Mendonça foi o melhor da Mostra Aurora deste ano – sua pesquisa estética o incorporou de uma forma muito especial ao tema do evento, Espaços em Conflito. Jovens Infelizes é sobre os integrantes de um grupo de teatro de São Paulo. Libertários, saem às ruas e participam dos protestos contra a realização da Copa. Tiram o teatro da sala e o colocam no meio do povo por meio de representações debochadas.

O filme estrutura-se como uma série de performances – nas salas e nas ruas. Tudo é teatro, o próprio cinema. Não é difícil perceber nesse deboche – permeado de sexo – o velho sempre novo espírito do cinema marginal, que não deixou de ser lembrado este ano em Tiradentes por meio da homenagem a Andrea Tonacci, o importante diretor de Blá Blá Blá e Bang Bang, para não falar do cultuado (pelas novíssima geração) Serras da Desordem. Thiago B. Mendonça integra o grupo Cia. do Terror. É um tipo de cinema coletivo, como o da Alumbramento, produtora do Ceará já premiada em Tiradentes (com Viagem para Íthaca, dos irmãos Pretti e primos Parente). O curioso é que Jovens Infelizes dialoga muito bem com Ralé, de Helena Ignez, que teve apresentação especial no sábado à tarde, dia 30, em Tiradentes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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