Poucos conhecem Maurício Alberto Kaiserman. Nos últimos 30 anos, o compositor, cantor e produtor musical, de nome artístico Morris Albert, ficou conhecido e estigmatizado como o autor da música Feelings. Não é para menos. Existem pelo menos 6 mil gravações diferentes da canção e em torno de 300 milhões de discos vendidos.
Zilhões de jovens e adultos dançaram e namoraram ao som da música que até hoje ainda traz lembranças, logo nos primeiros compassos. Feelings é um desses fenômenos que aparecem de tempos em tempos no mundo da música. Surge do nada, agrada a todos, recebe “n” rótulos, é considerada brega, simplista, mas vende à beça e faz a cabeça de muitos.
A White Shade of Pale e MacArthur Park, dois mega sucessos americanos dos anos 60, o primeiro de Procol Harum e o segundo de Jimmy Webb são bons exemplos de fenômenos musicais. Seus compositores sumiram. Bem, ganharam dinheiro e despareceram.Onde andaria Morris Albert, depois de todo aquele sucesso?
Segundo informações de seus assessores, Albert nos últimos 6 anos compôs, fez shows, produziu artistas e trabalhou em trrilhas para o cinema. E agora, ele voltou ao Brasil para shows e lançar um disco, Moods, que foge um pouco da linha de Feelings.
Suas novas canções são mais alegres (todas em inglês, mas com uma narrativa mais para o sertanejo nacional), num estilo que sempre funciona, entre Sérgio Mendes e Barry Manilow (supervendedor de discos), ou seja, um ritmo um tico mais rápido, quase um funkezinho, tentando impor um swing nas canções,mas caindo no lugar comum da música pop.
Duas notícias. Uma boa, outra ruim. A boa. O diferencial do disco é a voz de Morris Albert que continua agradável e ainda vai cativar muitas meninas – apesar de ele ter convocado duas ótimas back vocals para as gravações. O lado ruim, para ele, é que o estigma continua. Duvido, que em seu novo show, as pessoas não esperem toda a apresentação apenas para ouvir Feelings, incluindo o bis.