O fotógrafo Mário Cravo Neto morreu aos 62 anos, na tarde de ontem vítima de câncer de pele. Ele estava internado no Hospital Aliança, em Salvador, Bahia. O corpo será cremado hoje no Cemitério Jardim da Saudade.
Em 1980 e 1995 Cravo Neto recebeu o prêmio de Melhor Fotógrafo do Ano da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA); em 1996, o Prêmio Nacional de Fotografia da Funarte; e em 2004, o Prêmio Mario Pedrosa da Associação Brasileira de Críticos de Arte.
Nascido em 1947 em Salvador, Cravo Neto iniciou a carreira aos 18 anos, desenvolvendo trabalhos em escultura e fotografia, participando de cinco edições da Bienal Internacional de São Paulo (1971, 1973, 1975, 1977 e 1983) e de inúmeras mostras de fotografia na Europa e nos Estados Unidos.
As características mais marcantes de sua obra são a presença da religiosidade e das influências da cultura africana na Bahia. “Ele tinha uma marca muito forte, um estilo inconfundível. Cravo Neto foi um inventor da fotografia brasileira, mostrando os tipos baianos, o modo de ver a cidade, as pessoas. Ele construiu um imaginário único sobre a Bahia”, diz Boris Kossoy, historiador de fotografia, que conviveu com Cravo Neto por mais de 30 anos.
Filho do escultor Mario Cravo Júnior, Neto estudou na conceituada Arts Students League, em Nova York, com orientação de Jack Krueger, um dos precursores da arte conceitual na cidade. Ao longo de sua carreira, Cravo Neto deixou também como legado uma vasta bibliografia, lançando diversos livros, como “Salvador” (1999), “Laróyé” (2000), “Na Terra Sob Meus Pés” (2003) e “O Tigre do Dahomey – A Serpente de Whydah” (2004).