Morreu nesta segunda-feira (13) o cantor e compositor Moraes Moreira, aos 72 anos. Integrante dos Novos Baianos, o artista teve muito sucesso com o grupo (que também tinha Pepeu Gomes, Baby do Brasil, Luiz Galvão e Paulinho Boca de Cantor) e depois também na carreira solo. Ele faleceu enquanto dormia em sua casa, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. A causa da morte, segundo a assessoria do cantor, foi um infarto agudo no miocárdio.

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Em mais de 50 anos de carreira, Moraes Moreira trafegou do rock ao axé, sem esquecer do samba, sua eterna paixão. Ainda criança, tocava sanfona nas festas de São João na cidade de Ituaçu, onde nasceu. O contato com o rock veio só quando foi morar em Salvador, já com a influência de futuros tropicalistas como Tom Zé. Acabou se tornando um virtuose do violão.

Conheceu os integrantes dos Novos Baianos no final dos anos 1960. Oficialmente, o grupo durou de 1969 a 1975, mas a explosão veio somente em 1972, com o álbum Acabou Chorare – que tem João Gilberto como fonte principal, mesmo que não pareça. Foi num encontro com João, na comunidade em que viviam no Rio de Janeiro, que Moraes, Pepeu, Baby, Galvão e Paulinho foram “reconvertidos” ao samba.

Sucessos como “Preta Pretinha”, “A Menina Dança” e “Besta é Tu” conviveram com a regravação de “Brasil Pandeiro”, de Assis Valente, em um disco fundamental para a música brasileira. Dessa fusão de samba, rock e baião beberam na fonte os principais nomes do axé, bandas de rock dos anos 1990, uma série de artistas da MPB e até internacionais.

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Após o fim dos Novos Baianos, Moraes Moreira embalou uma sólida carreira solo. Fazia sucesso como cantor (“Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira”) e como compositor (“Festa do Interior”), tendo músicas nas paradas e nas novelas da TV Globo, maior indicativo de penetração popular da época. Nos últimos anos, alternava encontros com os parceiros da antiga e shows com o filho Davi Moraes.

Moraes Moreira e os Novos Baianos conseguiram, antes de todo mundo e até mais do que os tropicalistas, unir o Brasil brejeiro com o mundo. Suas composições traziam, como ele próprio disse certa vez, as paixões de um cara que ouvia João Gilberto e Jimi Hendrix. Graças a isso, ouvir Moraes é como viajar pelo mundo sem tirar os pés de casa.

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