O jornalista e escritor argentino Tomás Eloy Martínez, autor de clássicos como “Santa Evita”, “Purgatório” e “O voo da rainha”, morreu ontem em Buenos Aires, após uma longa luta contra o câncer. Nascido em Tucumán, em 1934, Martínez tinha 75 anos. A informação foi divulgada por Carlos Diuk, um amigo da família.
Martínez era colunista dos jornais La Nación, The New York Times e El País. Além de romances e artigos em jornal, durante sua carreira escreveu também roteiros para cinema e televisão e também foi crítico cinematográfico.
Graduado em Literatura Espanhola e Latino-americana pela Universidade Nacional de Tucumán, ele começou sua carreira como corretor no jornal La Gaceta de Tucumán. Entre 1957 e 1961, foi crítico de cinema do La Nación e também escreveu no semanário Primera Plana e na revista Panorama. Mais de dez anos depois, em 1974, publicou “A paixão segundo Trelew”, que narrava a matança de um grupo de guerrilheiros.
Dirigia o suplemento cultural do jornal La Opinión, em 1975, quando precisou se exilar em Caracas, ameaçado pela organização paramilitar ultradireitista Triple A (Aliança Anticomunista Argentina), nascida durante o governo de Isabel Perón. Na capital venezuelana, foi editor do jornal El Nacional e fundou El Diario de Caracas, no qual foi chefe de redação até 1979.
Viveu grande parte de sua vida nos Estados Unidos, onde dirigiu o Programa de Estudos Latino-americanos da Universidade Rutgers, em Nova Jersey. Em 1991, participou na criação do jornal Siglo XXI, no México, e foi um dos modelos da Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano, criada pelo escritor colombiano Gabriel García Márquez.
A obra literária de Martínez inclui 18 títulos, entre os quais se destacam “Lugar comum a morte”, “O voo da rainha”, “Purgatório”, “Santa Evita” – traduzido em mais de 30 idiomas – e “O romance de Perón”, baseados nas vidas do presidente argentino Juan Domingo Perón e de sua segunda mulher, Eva Duarte, nas quais combinou ficção e realidade. Recebeu ainda importantes prêmios, entre eles o internacional Alfaguara de Romance, em 2002, por “O voo da rainha”, e o prêmio Ortega y Gasset de Jornalismo, em 2009.