Autor de romances como O bebê de Rosemary e As possuídas, o escritor norte-americano Ira Levin, que morreu na última segunda-feira, aos 78 anos, em seu apartamento em Nova York, vítima de uma parada cardíaca, teve seus livros marcados pelo suspense. Suas obras introduziram na cultura americana uma vasta gama de personagens, de satanistas urbanos a cientistas envolvidos na tarefa de clonar Adolf Hitler – atraindo a atenção de roteiristas e diretores que levaram muitas de suas obras ao cinema.
Levin nasceu em 1929, no Bronx, em Nova York. Sua estréia se daria em 1950, ainda na faculdade, quando se inscreveu em um concurso de roteiros para o seriado de mistério Lights Out, da rede CBS. Três anos mais tarde, lançaria seu primeiro livro, A Kiss Before Dying (Um beijo antes de morrer), que narrava a história do assassinato de uma adolescente grávida a partir de três pontos de vista diferentes. O livro foi considerado pelo New York Times a melhor estréia literária do ano e, em 1956, chegaria ao cinema, com Robert Wagner no papel do assassino.
Nos anos seguintes, Levin trabalhou como roteirista de televisão. Até que, em 1967, lançou O bebê de Rosemary, sobre bruxas que vivem em Nova York e tentam gerar o diabo em uma jovem mulher grávida. O livro vendeu cerca de 5 milhões de exemplares e, no ano seguinte, a decisão do cineasta Roman Polanski de transformá-lo em filme garantiria de vez a fama do escritor. Sempre sucesso de público, seus livros seguintes, no entanto, não agradariam à crítica, como Os Meninos do Brasil, que falava da tentativa do médico nazista Josef Mengele de criar um clone de Hitler na América do Sul.