Morreu na segunda-feira (9), aos 76 anos, o baixista cubano Orlando “Cachaíto” López, um dos últimos integrantes do antológico projeto Buena Vista Social Club. Em anos recentes também morreram outros veteranos do grupo: os cantores Compay Segundo, Ibrahim Ferrer, Pío Leyva e o pianista Rubén González. Considerado o coração pulsante do Buena Vista Social Club, Cachaíto morreu em um hospital em Havana, Cuba, dias depois de passar por uma cirurgia de próstata, segundo o músico Manuel Galban, que tocou com López durante décadas.
Nascido em Havana em 1933, López provém de uma verdadeira linhagem de músicos: em sua família há cerca de 30 baixistas, entre eles seu tio Israel “Cachao” López e seu pai Orestes, também compositores reconhecidos. “Cachaíto” virou sensação mundial como parte do Buena Vista, projeto do músico americano Ry Cooder que revitalizou a música cubana nos anos 1990. Mas López, também era um astro por si próprio, independentemente do Buena Vista.
Inicialmente, “Cachaíto” tinha uma inclinação pelo violino, mas, segundo ele mesmo contou, seu avô o dissuadiu, para ele seguisse com a tradição do clã de contrabaixistas. Desde a adolescência, o músico integrou diversos grupos cubanos. Pioneiro do mambo cubano, aos 17 anos ele já se destacava num grupo chamado por Riverside.
Nos anos 1960, passou a integrar a Orquestra Sinfônica Nacional, mas nunca deixou de lado sua vertente popular, combinando toda sorte de estilos, incluindo o jazz. Por aqueles tempos, ele também frequentou a boemia de Havana e seus cabarés. Em meados daquela década aceitou um convite para fazer parte de Los Zafiros, grupo com o qual lançou vários discos. Depois de um período de ostracismo, “Cachaíto” voltou a gravar depois de ser “redescoberto” por Ry Cooder. A família planejava cremar seu corpo.