Após passar por 12 cidades, onde fez 67 apresentações para um público aproximado de 55 mil pessoas, a Companhia Brasileira de Ópera entra esta semana na reta final de sua primeira temporada – de hoje até o dia 3, ocupa o palco do Teatro Alfa, em São Paulo; nos dias 20 e 21 de novembro, faz uma parada em Ribeirão Preto; e, de 24 a 28, encerra o ano no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A ópera escolhida para esta primeira fase da companhia é “O Barbeiro de Sevilha”, de Rossini.

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Idealizada pelo produtor José Roberto Walker e o maestro John Neschling, a companhia nasceu no final de 2009 e deu os primeiros passos seis meses depois, no fim de junho, com o apoio do Ministério da Cultura, que bancou metade do orçamento de R$ 10 milhões (a outra metade, por meio de leis de incentivo, foi conseguida com a Petrobras e o Banco do Brasil).

“Agora que chegamos à reta final deste primeiro ano, há algumas conclusões importantes”, diz Walker. “A primeira delas é que há de fato uma demanda enorme por espetáculos nessa área, o que contraria o senso comum. Em algumas cidades, como Recife, tivemos teatros cheios e uma enorme quantidade de pessoas do lado de fora, suficientes para conseguir mais uma lotação completa. O fato é que as pessoas se interessam, sim, e querem assistir, temos apenas que oferecer oportunidades de qualidade”, completa.

“A outra percepção é de que é possível, sim, montar uma companhia com um espetáculo complexo como uma ópera e manter o caráter itinerante. De fato, encontramos teatros de estrutura diferente e precisamos muita vezes nos adaptar, mas se você mantém o foco, com uma diretriz financeira muito clara, é possível fazer dentro dos limites estipulados pelo orçamento.”

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A montagem de “O Barbeiro de Sevilha” mistura a atuação dos cantores com a projeção de um desenho animado que oferece não apenas o cenário da ação como também ressalta e comenta o que ocorre sobre o palco. O grande desafio é a sincronização do desenho com a música, feita ao vivo e, assim, sujeita a variações no dia a dia de apresentações. Para tanto, um pianista da companhia fica responsável, partitura na mão, pela projeção, utilizando um sistema conhecido como watchout que, por meio de cerca de 500 comandos pré-programados, permite ajustes em tempo real na sincronização. A regência em São Paulo será de John Neschling que, no restante do País, dividiu o pódio com colegas como Abel Rocha. Nos dias 30 e 31, haverá récitas especiais infantis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Barbeiro de Sevilha – Teatro Alfa (Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722). Tel. (011) 5693-4000. Quarta a sábado e segunda, 21h; domingo e terça; 19h. R$ 30/R$ 80. Até 03/11.

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