Montagem ‘A Bela e a Fera’ reestreia em São Paulo

Em 2002, Ricardo Vieira e Lissah Martins não se conheciam – enquanto ele interpretava Monsieur d’Arque, o vilão da primeira montagem nacional do musical A Bela e a Fera, ela fazia turnê com o grupo pop Rouge. A partir de hoje, Lissah e Vieira iniciam uma parceria como um dos casais mais admirados pelos fãs de musicais, justamente o par principal de A Bela e a Fera, que ganha nova montagem, no Teatro Abril, em São Paulo.

E entram no palco já coroados de elogios. A inglesa Jacqueline Dunnley-Wendt, diretora e produtora desta versão, ficou impressionada com a carga emocional transmitida por Ricardo Vieira, mesmo debaixo de um figurino que pesa 10 quilos e de uma máscara que deixa visíveis apenas seus olhos. E a meiguice de Lissah Martins caiu como luva para o papel da menina que amadurece ao enfrentar a fera para salvar o pai.

“O curioso é que nos conhecemos durante a audição, quando fizemos teste justamente para esses papeis”, conta Lissah que, aos 25 anos, substitui Kiara Sasso, a intérprete da primeira montagem, atualmente em cartaz em outro musical, A Noviça Rebelde, justamente ao lado de Saulo Vasconcelos, que viveu a Fera em 2002. “Não chegamos a ensaiar antes, mas o entendimento foi perfeito.”

Vieira conta que a conquista do papel foi uma surpresa – quando participou do teste, acreditava que, ao menos, ganharia o mesmo papel de antes. “De repente, a Jacqueline me pediu para cantar as músicas da Fera. Foi um susto, pois o papel se tornou famoso na interpretação do Saulo, que é barítono, enquanto sou tenor. Assim, apresentei a minha versão da Fera.”

Foi o suficiente para conquistar a diretora inglesa, que buscava alguém que transmitisse emoção pelo olhar. A nova versão, aliás, difere da anterior no cuidado em reforçar a teatralidade. Talvez nem todos percebam, uma vez que as canções, os números musicais e a trama do príncipe transformado em Fera que só recupera as feições originais ao conhecer uma moça chamada Bela continuam os mesmos. Mas, enquanto os americanos, que dirigiram a primeira montagem daqui, valorizavam o espetáculo, os ingleses, agora no comando da concepção, buscam enfatizar a interpretação. 

A Bela e a Fera. 160 min. Livre. Teatro Abril (1.533 lug.). Av. Brig. Luís Antônio, 411. Tel. (0110 6846-6060. 5.ª e 6.ª, 21 h; sáb., 17 h e 21 h; dom., 16 h e 20 h. R$ 70/ R$ 240.

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