O Teatro do Paiol, espaço da Prefeitura de Curitiba administrado pela Fundação Cultural, abriga quatro monólogos do Festival de Teatro. O teatro, que passou por uma reforma no ano passado, com obras no telhado, piso, forro, revestimento e isolamento térmico e acústico, troca do palco e de poltronas, recebe uma peça de comédia e três dramas.

continua após a publicidade

A escolha do Paiol para abrigar esses monólogos foi baseada na característica do teatro, com formato de semi-arena e que permite uma intimidade maior entre artistas e público. No programa, obras clássicas e temas cotidianos como a infidelidade.

A peça "Apareceu a Margarida", do dramaturgo Roberto Athayde, será encenada nos dias 31 de março e 1º de abril. A peça ganhou os palcos brasileiros em 1973 com a encenação de Aderbal Freire-Filho e Marília Pêra. Trinta anos depois, a obra volta aos palcos do Festival de Teatro protagonizada por Marilia Medina e dirigida pelo ator pernambucano Bruno Garcia.

Dona Margarida é uma professora ameaçadora, que passa o tempo todo questionando seus alunos. A peça revela uma mestra que seduz, humilha e abusa do poder diante da classe (a platéia). A comédia apresenta dona Margarida, nas aulas, criticando o uso de drogas, explicando matemática e a ciência da vida.

A lista de dramas inicia com a peça "Línguas Estranhas", da Carrera Gomlevsky Produções Artísticas, que será apresentada nos dias 23 e 24 de março. No primeiro ato dois casais, em casamentos instáveis, trocam de parceiros numa noite de encontros adúlteros. Enquanto Leon e Jane consumam a infidelidade, Pete e Sonja não têm coragem. No segundo ato, a psicanalista Valerie desaparece em uma estrada depois que seu carro enguiça. À medida que a peça avança, estas duas histórias se unem numa intrincada rede de coincidências.

A história recente do país será o tema da peça "O Incrível Menino da Fotografia", dias 27 e 28 de março. Numa determinada manhã de um ano indefinido (pode ser 1936, 1913, 1973), um menino foi convocado ao pátio da escola para tirar uma foto num cenário montado com uma cadeira, uma mesa, bandeiras e símbolos nacionais. Mas esse registro fotográfico, quase uma cerimônia oficial, transforma-se num terrível pesadelo para o menino, que fica preso no tempo.

Para encerrar os monólogos no Teatro do Paiol a peça "Primeiro Amor", 29 e 30 de março, apresenta sem adaptações o romance escrito em 1945 por Samuel Beckett. Levado à cena na íntegra o ator Marat Descartes, que dá voz ao texto, encarna o narrador-protagonista que conta, com um humor beckettiano, a triste história de seu primeiro amor.

continua após a publicidade