Gabriela Pugliesi recebeu Mônica Martelli em seu programa Vendi meu Sofá no YouTube, onde a atriz falou sobre o início de sua carreira e relembrou como começou “Os Homens são de Marte, e é para lá que eu vou”, peça que ficou mais de uma década em cartaz e mudou a vida dela.

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“Antes de Os Homens são de Marte, eu fiz muita coisa, muita participação. As pessoas acham que eu estava no Leblon, e pensei ‘vou ali no teatro fazer um sucesso e já volto’. Não, é muito trabalho, eu levei vários ‘não’ na minha vida”, contou Mônica, que desde o ano passado está em cartaz com a peça Minha Vida em Marte.

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Ela disse que estava fazendo diversas participações especiais e pontas na TV, mas aquilo não lhe trazia reconhecimento profissional e ela ficou com receio de ter de mudar de profissão. “Eu pensei: ‘Eu não pago as contas com a minha profissão, vou ter que fazer outra coisa’, e aí que caiu a ficha de que aquele caminho não era para mim, e parti para escrever minhas coisas”, falou.

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Mônica contou que se formou em jornalismo no início da década de 1990, e durante a faculdade já se apaixonou por teatro, então resolveu investir na área. “Eu comecei a trabalhar, fiz teatro infantil, e não tinha nenhum artista na família, nada. Na época, na minha cabeça, eu pensava que para ser artista tinha que ser filho ou neto de alguém, então eu escondi essa vontade por muito tempo”, falou.

Mas com a falta de papéis importantes, Mônica resolveu se arriscar em escrever para o teatro. “O teatro é a casa do ator, ser ator é o teatro. Eu comecei então a escrever textos sobre casos que eu tinha, de namoro, tudo inspirado na minha vida. Eu escrevo sobre o que eu passo, o que eu sinto. Falar de mulher solteira, sobre a busca de amor, todo mundo já falou disso. O que interessa é a forma como você fala. Essa solteira [da peça] é minha”, comentou.

A atriz lembra que ficou muito nervosa com a estreia, que foi realizada em um teatro pequeno do Rio de Janeiro. “Uma semana depois, a crítica mais temida do Rio, a Bárbara Heliodora [que morreu em 2015] foi assistir ao espetáculo, escreveu uma crítica maravilhosa. Na segunda semana, o meu marido falou: ‘Mônica, tem muita gente voltando. Você não quer fazer uma segunda sessão?’ Eu lembro que entrei no palco, 23h, naquele teatro pequenininho, e eu vi pessoas sentadas na escada. Começou a lotar, foi aí que percebi que minha peça era um sucesso”, relembra.

Isso ocorreu em 2005 e a peça ficou em cartaz durante 11 anos, em diversas cidades do Brasil e também no exterior. A peça foi adaptada para o cinema, com o título homônimo, em 2014. No mesmo ano, estreou no GNT uma série inspirada na peça, que ficou no ar até 2017.

Questionada sobre a idade, Mônica falou que não acredita em um momento ideal para fazer sucesso. “Cada um tem uma idade, cada um tem um tempo. Eu tive o meu primeiro reconhecimento profissional de verdade aos 35 anos, então isso é muito relativo. Isso tem a ver com o que você está vivendo. Hoje eu me sinto mais bonita do que se eu tivesse 28, 29 anos, por exemplo”, falou.

Ela foi mãe aos 40 anos, de Júlia, sua única filha. Ela contou a Gabriela Pugliesi que não foi fácil engravidar e que teve três abortos espontâneos antes disso. “Eu perdi três, aborto espontâneo, má formação. Depois que eu perdi a terceira, foi aí que eu decidi fazer a peça. Eu já tava sentindo essa pressão, tava com 34 anos na época, já casada com o pai da Julia. Mas aí não deu e pensei: ‘Vou focar na minha profissão’. Eu precisava primeiro viver o sucesso da peça. Aos 40, não conseguia engravidar, fui ao médico, tava disposta a iniciar um tratamento. Aí eu fui para Nova York e pronto, voltei grávida”, contou.

Mônica ainda disse que sua filha, hoje com 11 anos, gosta de teatro porque praticamente “nasceu no teatro”, mas que ela não incentiva que ela siga a profissão de atriz: “Ela fez uma peça infantil, mas eu não incentivo, deixo ela fazer o que ela quiser. Claro que eu devo influenciar muito, mas eu vou deixar ela seguir o caminho dela”.