Bordeaux, Napa, Florença, Toscana, Cafayate (na Argentina) e, até mesmo, Pernambuco foram algumas das regiões visitadas por Jonathan Nossiter. A partir dos caminhos do vinho nessas diferentes terras, Nossiter montou um filme sobre a globalização não só dos sabores, como do mundo.
Mais do que um documentário sobre vinhos, Mondovino – que foi selecionado para a mostra competitiva do Festival de Cannes 2004 e indicado ao César de Melhor Filme da Comunidade Européia – é um filme sobre a complexidade das relações humanas, a industrialização, a política e a guerra entre a diversidade e a padronização da produção de bens de consumo.
Histórias de grandes vinicultores como a família Mondavi – os mais poderosos produtores de vinho da Califórnia – e a família De Montille – pequena produtora que luta para manter suas terras e as características de seu vinho -, do consultor Michel Rolland e do crítico Robert Parker, entre outras, ajudam a mostrar a dificuldade de cultivar as características típicas dos vinhos das diferentes regiões do globo.
Na batalha entre local e multinacional, pequenos produtores versus grandes industriais, vinhos de terroir versus padrão internacional, apontar heróis ou vilões é uma tarefa mais difícil do que se imagina.
