MON recebe a exposição do pintor espanhol Antoni Tàpies

A primeira grande exposição realizada no Brasil do mais importante pintor espanhol vivo, Antoni Tàpies, de 82 anos, será apresentada em Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer (MON). Ligado aos maiores movimentos da arte no século 20 e considerado um mestre da arte contemporânea, Tápies continua sendo um dos artistas mais atuantes da arte ocidental. A mostra abre o Circuito Cultural Banco do Brasil em Curitiba, que neste ano será realizado no Museu e no Teatro Guaíra.

O coquetel de abertura da exposição Antoni Tàpies, que também marca a abertura oficial do Circuito Cultural, na próxima sexta-feira (28), às 19 horas, no Museu Oscar Niemeyer, será restrito a jornalistas e convidados. A exposição, já apresentada com sucesso em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, poderá ser visitada pelo público de 29 de outubro a 1º de janeiro de 2006. A curadoria é assinada pelo escritor e crítico de arte francês Jean Frémon e pelo crítico de arte brasileiro Fábio Magalhães.

A mostra apresenta cerca de 100 obras, entre pinturas, gravuras e pôsteres, pertencentes à Galeria Lelong Paris-Zurich, que representa Tàpies. Trata-se de uma seleção de obras expressivas dos últimos 30 anos de trabalho do artista, como ?Le Repas?, produzida em 1984. De acordo com Magalhães, a pintura do catalão é gestual, espontânea e, ao mesmo tempo, reflexiva. ?Suas telas são fortes, poderosas, inclusive aquelas de pequeno formato. Sua expressão é contundente, dramática, cheia de vitalidade. Raramente na história da arte nos defrontamos com artistas que tenham desenvolvido uma obra e um pensamento tão complexos?, diz o curador.

A trajetória artística de Antoni Tàpies sempre foi marcada por sua profunda reflexão sobre o papel social da arte. Talvez nenhum outro artista tenha se dedicado tanto a publicar textos sobre arte e discutir em profundidade questões intrínsecas à criação artística, como destaca Magalhães: ?Tàpies sempre manteve sua criação, sua reflexão e suas ações em permanente resistência à ditadura, sem submeter sua produção nem colocá-la a serviço das ideologias partidárias. Ele concebe a arte como território para a liberdade. Sua pintura é expressão de liberdade, mesmo no período da ditadura franquista. ?Liberdade frente ao medo de liberdade?, dizia Tàpies. Para ele, a pintura deveria exprimir a liberdade de maneira radical?.

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