MON mostra acervo chileno

Pela primeira vez, obras do acervo do Museu da Solidariedade Salvador Allende, de Santiago (Chile), são exibidas fora de seu país. O Museu Oscar Niemeyer abre, hoje, mostra que reúne 130 das duas mil obras que compõem o acervo chileno, e que passou por São Paulo com grande receptividade do público.

?O objetivo da exposição é apresentar uma coleção de arte que se formou de maneira singular e, também, mostrar a produção de vanguarda dos anos 60 da Europa, Estados Unidos e Brasil?, diz o curador Emanoel Araújo, diretor do Museu Afro-Brasil, em São Paulo, que, desde 2004, está envolvido com a reformulação do Museu da Solidariedade em Santiago.

A mostra conta com nomes fundamentais da arte moderna, presentes em telas, esculturas e cerâmica. Frank Stella, pintor, gravurista e escultor americano é uma das estrelas, junto do também americano Alexander Calder, famoso por seus móbiles. A Espanha está representada por Pablo Picasso, pelo pintor abstrato Lucio Muñoz e pelos artistas Juan Antonio Toledo, Rafael Solbes e Manolo Valdés, integrantes da Equipo Crónica.

Da Catalunha há trabalhos de Joan Miró e de José Balmes, nascido em Barcelona, mas naturalizado chileno. Amigo de Allende e um dos primeiros artistas a doar um quadro para o Museu da Solidariedade, Balmes fundou com os novos compatriotas Gracia Barrios, Alberto Pérez e Eduardo Martínez Bonati, o Grupo Signo.

Complementam a exposição representantes da Finlândia (Jorma Hautala); da França (Pierre Soulange); da Inglaterra (William Hayter); de Cuba (René Portacarrero); do Uruguai (Joaquín Torres-García); da Venezuela (Carlos Cruz-Díez); e da Argentina (Julio Le Parc), além do pintor e escultor húngaro de origem francesa Victor Vasarély.

Evidentemente, não poderia faltar o Brasil com a escultora e pintora mineira Lygia Clark; o escultor carioca Sergio Camargo; o pintor paulista Antonio Henrique Amaral; e Franz Krajcberg, artista ecológico polonês, naturalizado brasileiro desde 1957.

Museu da Solidariedade

O Museu da Solidariedade nasceu dos esforços do ex-presidente Salvador Allende (1908-1973) que, à época no poder, organizou uma ação internacional para que artistas plásticos sintonizados com a revolução chilena se sensibilizassem com a causa e doassem obras para o museu em formação. Artistas e pessoas ligadas à área movimentaram-se com a intenção de ajudar Allende a montar um museu de arte para seu povo.

Serviço

Exposição Museu da Solidariedade Salvador Allende – De hoje até 25 de novembro, no Museu Oscar Niemeyer, Rua Marechal Hermes, 999 Centro Cívico.

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