Para o artista, ?toda verdade está em duas linhas, uma vertical e uma horizontal?, que representam espírito e natureza, o equilíbrio entre homem e criador, o concreto e o abstrato. São esses conceitos, segundo os curadores, que permeiam toda a obra de Torres Garcia, embora ele só tenha iniciado a redação de sua teoria a partir de 1931. Em sua elaboração, a produção de brinquedos é um dos capítulos mais significativos.
Brinquedos – O pintor inicia seu projeto de fabricação e distribuição de brinquedos desmontáveis de madeira aos 44 anos, na Europa, depois do final da Primeira Grande Guerra (1914-1918). Ele vivia um período de crise. Identificado com o Noucentisme, movimento nacionalista catalão com motivação política e cultural, o artista teve seu momento culminante de vinculação ao movimento quando recebeu a encomenda para pintar cinco murais para o Palácio da Assembléia de Barcelona. Com inspiração neoclássica, mas modernos em seu plano e geometria, Torres Garcia pinta, entre 1913 e 1916, quatro dos cinco murais. O quinto mural não foi executado e ficou apenas no esboço.
Torres Garcia trabalhou com Gaudí na produção dos vitrais da Catedral de Palma de Mallorca e da Sagrada Família, até ocorrer a ruptura com o movimento. É nesse momento de busca da renovação de sua pintura que ele inicia, artesanalmente, a fabricação de brinquedos. Ele apresenta seus brinquedos pela primeira vez em Barcelona, na exposição ?Brinquedos de Arte?, em 1918.
Dois anos depois, pressionado por sucessivas crises econômicas e tendo nos brinquedos o meio de sustento e expressão artística, o artista mudou-se com a família treze vezes, entre 1916 e 1926. De Barcelona foi para os Estados Unidos, depois para a Itália, Sul da França, Paris e Madri; até retornar, em 1934, para Montevidéu, já aos 60 anos de idade. Seus brinquedos, desenhos, artigos, pinturas e conferências sobre arte chegam a atrair a atenção de artistas de vanguarda, como Miró. Em 1924, Torres Garcia criou a Aladdin Companhia de Brinquedos, em Nova York, destruída por um incêndio no ano seguinte.
Pinturas Construtivistas – A partir de 1926, Torres Garcia viveu, em Paris, seu período mais rico artisticamente. Sua arte começa a ser reconhecida e ele vendia tudo o que produzia. Entre 1927 e 1928 conhece Piet Mondrian e é influenciado pela arte primitiva e pela arte negra. Em 1929, pinta as primeiras obras construtivistas e sua pintura tende à abstração. Então forma o movimento artístico ?Cercle et Carré? (círculo e quadrado), junto ao escritor e pintor Michel Seuphor (1901-1999) e outros artistas de vanguarda. O ?Movimento Círculo e Quadrado? surge com tendência construtivista e abstrata, como uma espécie de resposta ao surrealismo.
Em 1930 ele escreve: ?A atitude do artista diante do espectador deve partir da base que está diante do homem de todos os tempos, que está diante do homem de todos os povos. Portanto, a linguagem deve ser a mais universal e a mais compreensível. Geometria e simbolismo teriam que ser a maneira natural de expressar o artista. E foi assim que, encontrando todas as peças do quebra-cabeça, pude formá-lo por inteiro.? No ano de 1944, em Madri, Torres Garcia começou a desenvolver os conceitos de seu Universalismo e publica o livro ?Universalismo Constructivo?, que define uma arte americana com vigência universal.
Torres Garcia ? Aladdin Brinquedos
Transformáveis e Universalismo Construtivo?
Abertura para convidados: 30 de março
Abertura para o público: 31 de março
Período de Exibição: até 8 de julho
Patrocínio: Copel
Apoios: Governo do Paraná, Ministério da Cultura
Onde: Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes, 999
Centro Cívico ? CEP: 80530-230
Telefone: (41) 3350-4400
Horário: De terça a domingo, das 10h às 18h
Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes
(Não pagam crianças de até 12 anos, maiores de 60 anos e grupos agendados de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental)
