MON apresenta obras de Francisco Faria, o virtuose do desenho figurativo

O artista paranaense Francisco Faria apresenta 57 obras, dentre as quais 22 são inéditas, na exposição Francisco Faria – Desenhos 1986/2005, aberta esta semana no Museu Oscar Niemeyer, com a presença da diretora-presidente Maristela Requião e do próprio artista. A mostra permanecerá até dia 26 de junho e faz uma retrospectiva da obra de Faria, que é considerado o virtuose do desenho figurativo. Parte dos desenhos, todos em lápis sobre papel, fazem um diálogo com as poesias de Luis Dolhnikoff e Josely Vianna Baptista.

Francisco Faria tem perseguido em seu trabalho o objetivo de realizar ?uma atualização possível? sobre as questões levantadas pelo modernismo brasileiro, de 1922, no contexto das Américas. Ele acredita que, quanto maior a interação das diversas linguagens artísticas e estéticas, maior será a diversidade e a possibilidade de criação de diálogos entre artistas, linguagens e público.

Essa busca conduziu Francisco Faria para a interação da obra de arte com a literatura. ?Leitor obstinado?, o artista, de 49 anos, relata que sua relação com a questão literária e poética se dá em vários momentos e de variadas formas. Ele lembra que o escritor mexicano Octavio Paz, os cubanos Sarduy e Lezama Lima estão entre os autores que fazem parte da base de sua formação artística.

O artista explica como se dá essa fusão ou simbiose entre literatura e arte. ?Tanto poeta como o artista interagem em um primeiro esboço, em um primeiro desenho, que modificam a estrutura e a forma de todos os outros, até chegar a forma final. Isso cria uma unidade interessante no trabalho, com obras de personalidades próprias. Os desenhos não são a ilustração dos poemas, mas estão relacionados na gênese do método criativo?, explica ele.

Desde 1985, quando passou a se dedicar preferencialmente ao desenho de paisagem, ele conta na revista Etcetera, publicação sobre literatura e arte, que encontrou motivação para avançar nesse trabalho porque a temática ?tem um passado riquíssimo na história da arte?, no período do romantismo. Porém, segundo Faria, a questão figurativa e naturalista sofre pela falta de apreço, devido ao desgaste que sofreu.

?Parte de minha obstinação se encontra em enfrentar o visível num campo onde ele se tornou ralo, banal, um clichê. Tenho de virá-lo pelo avesso. Ressemantizá-lo?, afirmou em entrevista para a revista. Porém, ao trabalhar com os poetas, algumas das obras inéditas apresentadas nesta exposição já não são mais de paisagem, porque surgiram outros focos de interesse. Nesse contexto, do desenho apurado ao extremo, as poesias entram, de acordo com Faria, como peças autônomas. ?Fazem uma espécie de instalação?.

Faria é, na atualidade, um dos artistas paranaenses mais respeitados no Brasil e no exterior. Curitibano, o artista fez sua primeira exposição em 1982, na Fundação Cultural de Curitiba.Os prêmios mais significativos foram os do Salão Nacional de Artes Plásticas (1983), o de viagem pela Bienal de Santos (1984) e a Bolsa Fiat para Artes de São Paulo (1989), que lhe permitiram estudar e viver por cerca de 10 anos no exterior. Durante o período, apresentou seus trabalhos nos Estados Unidos, Estocolmo, Alemanha, Japão, China e em diversos países da Europa.

Serviço:
Período: de 8 de abril a 26 de junho
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h
Local: Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes, 999
Centro Cívico ? CEP: 80530-230
Telefone: (41) 350-4400
Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes identificados
(Crianças de até 12 anos, maiores de 60 e grupos de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental, pré-agendados não pagam)
Agendamento prévio para escolas pelo e-mail: agendamento@mon.org.br ou pelo telefone (41) 350-4418, das 10h às 18h

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