Nos EUA, Moana, a nova princesa da Disney, provocou verdadeira revolução. ‘A primeira princesa feminista do estúdio’, proclamaram muitos críticos. O público, por sua vez, adorou. Na Comic Con, em São Paulo, os diretores John Musker e Ron Clements participaram de um painel da Disney e depois tiveram encontros com jornalistas. Musker não está muito convencido do tal feminismo. “Não era nossa intenção, e para falar a verdade, ela não é mais determinada que outras princesas, que também são guerreiras.”

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Valente vem logo à lembrança, mas é da Pixar. Clements diz – “O filme nasceu muito mais de nossa admiração pela cultura da Polinésia. Queríamos alguma coisa de forte colorido local, embasada em lendas e tradições. Fizemos diversas viagens de pesquisa para nos impregnar da atmosfera. E deu supercerto. No final, selecionamos um elenco predominantemente local, o que foi ótimo para garantir a veracidade desses mitos.” Auli’l Cravalho é a protagonista e, se você vir o filme na versão com legendas, talvez reconheça a voz do semideus que ajuda a garota. É Dwayne Johnson, ex-The Rock.

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“Dwayne se reinventou nos últimos anos. Embarcou nessa viagem com o entusiasmo que esperávamos.” Na trama de Moana, a princesa descobre que pertence a uma linhagem de navegadores. Vítima de uma maldição, seu povo renunciou ao mar de aventuras. Mas ela vai partir, com o semideus Mauai, em busca de seus ancestrais, numa ilha mítica que ninguém sabe onde fica. Como ocorre com frequência nas produções da Disney, animais são humanizados para participar do relato. O repórter reclama – o galinho é muito divertido, mas por que os diretores desistiram do porquinho, que é tão simpático?

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“Entendemos perfeitamente sua frustração, porque foi assim que nos sentimos. Vamos ficar lhe devendo”, brinca Musker. E Clements – “Quem sabe Moana não faz tanto sucesso que o estúdio nos peça um filme inteiro com ele, como ocorreu com a Dory de Procurando Nemo, na Pixar?”

Ronald Francis Clements, de 63 anos, começou sua carreira na Hanna Barbera, antes de se transferir para a Disney. John Musker, da mesma idade, iniciou-se sob sua tutela, como animador de personagens. Ambos vestem camisas coloridas com motivos dos Mares do Sul. “É uma influência de John Lasseter. Ele tem a maior coleção de camisas coloridas com os motivos da Pixar. E de algumas tem a exclusividade. São só dele.” Só para lembrar, Clements e Musker fizeram A Pequena Sereia, Aladdin, Hércules e A Princesa e o Sapo. Qual o maior desafio de Moana? “O mar. Embora já tivéssemos feito a Sereia, o mar é sempre um desafio. Mas com o desenvolvimento tecnológico, sempre se pode ir mais longe no rumo da perfeição. Era o lema de Walt (Disney) e seu legado para todos nós.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.