Não é uma delegação, mas uma verdadeira missão espanhola a que veio prestigiar a 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo aberta ontem ao público. País homenageado no evento, a Espanha mandou seu ministro da Cultura, César Antonio Molina Sánchez, e um grupo de editores que, acompanhados pelo embaixador espanhol no Brasil, Ricardo Peidró, mostraram a que vieram. Molina não escondeu em seu discurso o interesse que as editoras espanholas têm não só de publicar autores brasileiros como de se associar a empresas brasileiras, atraídas pelo crescimento do mercado (10% ao ano) e pela possibilidade de expansão de negócios de grandes grupos editoriais espanhóis

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Segunda feira internacional de livros no mundo, a de São Paulo ainda não tem o prestígio da Feira de Frankfurt, onde são fechados negócios milionários com autores de best-sellers, mas os espanhóis, por exemplo, sabem o que pode significar o crescimento de um segmento como o da literatura mediana. Em seu discurso, o ministro da Cultura espanhol, que também é escritor – seu mais recente livro é El Rumor del Tiempo (2006) -, enfatizou o número de edições de dois escritores muito populares em seu país, Jorge Amado (85) e Paulo Coelho (169), não esquecendo de mencionar o número de livros (1 milhão) produzidos por dia no país

Esta, portanto, tem de ser uma bienal de números. Deve provar não só aos espanhóis que o negócio do livro no Brasil é lucrativo. Todas as câmaras de livro importantes da América Latina que vieram participar do 7º Congresso Ibero-Americano de Editores estão presentes na Bienal do Livro.

A Câmara Brasileira do Livro (CBL), que organiza a bienal, conseguiu R$ 3,5 milhões de patrocinadores e deve atrair 800 mil visitantes, segundo a presidente da CBL, Rosely Boschini. Ela entregou ao ministro da Cultura um manifesto, assinado por escritores, editores e livreiros, solicitando a recriação da Secretaria Nacional do Livro, extinta em 2003 pelo MinC. Essa secretaria substituiu o Instituto Nacional do Livro, desmontado durante o governo Collor

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O ministro Juca Ferreira recebeu o manifesto calado, mas não perdeu a oportunidade de criticar os editores pelo alto preço do livro no Brasil, pedindo que eles pratiquem preços “compatíveis com os padrões de consumo dos leitores brasileiros”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

20.ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

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Pavilhão de Exposições do Anhembi. Avenida Olavo Fontoura, 1.209. 10 h às 22 horas. R$ 10. Até 24/8. www.bienaldolivrosp.com.br.