Chris Noonan você sabe quem é, embora talvez fique em dúvida quanto ao nome. O diretor australiano ganhou projeção internacional quando sua fantasia sobre o porquinho Babe lhe valeu duas indicações pessoais para o Oscar em 1995. Babe concorreu a melhor filme, mas também a direção e roteiro, estabelecendo a reputação de Noonan como cineasta voltado ao imaginário infanto-juvenil.
São Paulo (AE) – Numa entrevista por telefone desde a Austrália, com 13 horas de diferença – era tarde da noite no Brasil, de manhã em Sydney -, ele conta que queria voltar a trabalhar este universo, mas sem se repetir. A história de Beatrix Potter, autora de um clássico infantil de língua inglesa, The life of Peter Rabbit, forneceu-lhe a ferramenta de que necessitava. Miss Potter era um filme para Cate Blanchett. ?Nosso roteiro foi construído em função dela, embora Cate seja uma atriz que não necessita de adaptações. Pode fazer qualquer coisa. Mas houve um problema de cronograma na agenda dela e Cate teve de abrir mão do projeto. Ficamos sem atriz, e não uma atriz qualquer. Cate era um atrativo seguro para os investidores. Só que, a esta altura, eu estava tão seduzido por Miss Potter que faria qualquer coisa para contar sua história. Renée Zellweger surgiu como uma alternativa. Ela própria estava interessada. Foi uma comunhão de interesses.?
Noonan não teve medo de entregar o papel à intérprete de ?Bridget Jones?? Afinal, mesmo em seu melhores momentos, Renée tem uma tendência ao histrionismo, a fazer caras e bocas e isso poderia ser prejudicial numa história minimalista, em que a personagem exercita a imaginação, mas não faz quase nada. Nada é tudo, responde Noonan. E não – ele não teve medo de fazer de Renée Zellweger a sua Miss Potter. ?Sabia que Renée estava disposta a fazer o papel e era o mais importante. Ela queria servir à personagem, não servir-se dela. Foi emocionante ver ?Miss Potter? crescer e ganhar vida por meio de Renée.?