O Pink Floyd sempre negou, mas é inevitável: o filme “O Mágico de Oz” e o disco “Dark Side of the Moon” parecem ter nascido um para o outro. E o projeto Cinematographo, do Museu da Imagem e do Som (MIS), encerrará o ano de 2014 com a união de ambos, com as músicas executadas ao vivo, pela banda Pink Floyd Cover SP, neste domingo, 07.
A procura pela apresentação já é tamanha que, dias antes, a primeira sessão, marcada para às 14h, já está esgotada. O MIS abriu um novo horário às 16h30, ainda com ingressos à venda e se prepara para caso esta também atinja a lotação máxima. Neste caso, será aberta uma terceira performance, às 19h.
“Das duas últimas vezes que fizemos essa apresentação, precisamos de três exibições e, ainda assim, algumas pessoas ficaram para fora”, conta o produtor Marcelo Ramalho, funcionário do MIS desde 2012, ano no qual também foi inaugurado o projeto Cinematographo, cuja ideia é levar exibições de filmes mudos sonorizados por bandas ao vivo, mensalmente. Em novembro, por exemplo, a banda paulistana Hurtmold sonorizou “A Noiva do Frankenstein”, filme de 1935 dirigido por James Whale.
“Além do Pink Floyd ser uma banda que chama muita gente para assistir ao show, o filme é um atrativo muito interessante, que desperta curiosidade, por ser um dos primeiros a começar em preto e branco e ficar colorido depois”, completa o produtor. “E realmente fica sincronizado.”
Os integrantes da banda foram questionados inúmeras vezes sobre a possibilidade de terem gravado o álbum em uma tentativa de sonorizar o filme lançado décadas antes. Entre as justificativas está, simplesmente, o fato de que não existia tecnologia em 1973 para que a suposta sincronia pudesse ser feita.
“Alguns integrantes da banda até acreditam que eles fizeram esse encontro com O Mágico de Oz, sim, mas não querem divulgar”, disse Márcio Baravelli, vocalista e guitarrista do Pink Floyd Cover SP, banda com 25 anos de existência.
Há cinco anos, o grupo começou a fazer a apresentação executando todas as faixas de “Dark Side of the Moon” ao vivo, enquanto o filme é exibido. “Speak to Me”, “Breathe”, “On the Run”, “Time”, “The Great Gig in the Sky”, “Money”, “Us and Them”, “Any Colour You Like”, “Brain Damage” e “Eclipse” seguem por duas vezes e, depois, a banda ainda acrescenta mais três músicas do Pink Floyd que não estão no disco – a última, quando a garotinha Dorothy (interpretada por Judy Garland) acorda, por exemplo, é “Wish You Were Here”, do álbum homônimo, de 1975.
“Resolvemos nos aventurar, entramos no estúdio para ver até onde isso poderia ser feito”, relembra Baravelli, sobre os primeiros ensaios do show. Na época, ele conta, os integrantes não havia assistido ao filme com a trilha sonora do disco. “Fomos ver o que dava certo e o que não dava.”
Há momentos nos quais, de fato, filme e disco parecem andar em sintonia. E isso é inegável. “Sinceramente, eu acho que algum maluco, algum fã, lá pelo ano de 1975, tomou algum ácido muito forte e resolveu assistir ao filme ouvindo o disco. E assim surgiu o mito”, disse. “Mas é uma coincidência muito grande.”
CINEMATOGRAPHO
“O Mágico de Oz” e “Dark Side of the Moon”, com a banda Pink FLoyd Cover SP
Museu da Imagem e do Som (MIS). Avenida Europa, 158 – Jardim Europa. Tel. (011) 2894-5781. Domingo, às 14h e às 16h30. R$ 30.