O escritor amazonense Milton Hatoum levou a melhor na disputa da quarta edição do Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira e faturou os R$ 100 mil durante a noite de ontem, na Casa Fasano, em São Paulo. Com seu terceiro livro, Cinzas do norte (Companhia das Letras), que já havia ganho o prêmio Jabuti de 2006, o autor relaciona o relato pessoal de uma amizade com a história da geração que hoje compõe o Brasil.
Dois garotos manauaras, Lavo e Mundo, vivem uma amizade no norte brasileiro durante os anos 50s e 60s. Lavo é o personagem-narrador e desde cedo sofreu a pressão de ser um órfão criado por tios remediados. O menino cresce à sombra da família Mattoso, de onde vem seu amigo. Antônio Carlos Secchin, Cristóvão Tezza, Luiz Costa Lima, Luzilá Gonçalves e Marcus Accioly foram os cinco nomes que integraram o júri nacional.
O segundo e terceiro lugares do prêmio ficaram com o poeta e artista plástico Alberto Martins, pelos contos de História dos ossos (editora 34), e o escritor Ricardo Lísias, pelo romance Duas praças (editora Globo). Eles receberam R$ 35 mil e R$ 15 mil, respectivamente, além de um troféu criado pelo artista plástico Paulo Von Poser. Entre os outros sete finalistas, esteve selecionado o escritor paranaense Wilson Bueno, que antes da premiação afirmou que estar entre o grupo já era uma grande honra.
Durante a premiação, o presidente da Portugal Telecom Brasil, Shakhaf Wine, anunciou que na edição de 2007, qualquer obra escrita em português, independente da etnia e nacionalidade do escritor, poderá participar do concurso. ?Acreditamos que esse novo prêmio estimule o conhecimento do presente e futuro do Brasil, de Portugal e dos países africanos de língua portuguesa, e alimente um relacionamento de bases históricas??, finalizou Wine.