Carioca do Méier, o autor
ainda faz muita gente rir.

Em Apresentações, Millôr Fernandes reúne divertidos textos que escreveu ao longo de sua carreira sobre algumas personalidades brasileiras – gente como Jaguar, Chico Caruso, Noel Rosa, Ariano Suassuna, Marília Pêra, Henfil, Veríssimo, Fausto Wolff. Nas palavras do próprio autor, neste livro não entram medíocres, secundários, ocos, superficiais, despiciendos, inócuos, vulgares, banais, risíveis (a não ser quando humoristas), pra não falar de velhacos, malversadores, birbantes, trapaceiros e, claro, jamais isso que hoje se encontra em qualquer sacristia americana: pedófilos. Apresentações acaba de sair da gráfica da Editora Record e já está à disposição da imprensa.

“O lançamento desse livro tem a função básica de encerrar definitivamente a minha carreira de apresentador.” Com esta afirmativa categórica, o desenhista, humorista, dramaturgo e “irritante guru do Méier”, Millôr Fernandes – dispensa maiores apresentações.

Nas páginas de Apresentações temos o Millôr iconoclasta de sempre. Machado de Assis que o diga. As apresentações ilustram bem os múltiplos interesses do autor: artes plásticas, arquitetura, fotografia, literatura, poesia, teatro, gastronomia e, especialmente, desenho e humor.

Millôr é carioca do Méier, mas consta que seu nome, na verdade, era para ser Milton: um erro do tabelião o fez Millôr. A família passou por sérias dificuldades financeiras e a sua mãe começou a costurar para sustentar os quatro filhos. Apesar do aperto, o autor teve uma infância feliz, ao lado de 10 tios, 42 primos e primas, e da avó italiana, D. Concetta de Napole Viola.

Dou um boi para não entrar numa briga. Dou uma boiada para sair dela… Aos quinze (anos), já era famoso em várias partes do mundo, todas elas no Brasil. Venho, em linha reta, de espanhóis e italianos. Dos espanhóis herdei a natural tentação do bravado, que já me levou a procurar colorir a vida com outras cores: céu feito de contas de metal roxo e abóbora, mar todo vermelho, e muitas mulheres azuis, verdes, ciclamens. Dos italianos que, tradicionalmente, dão para engraxates ou artistas, eu consegui conciliar as duas qualidades, emprestando um brilho novo ao humor nativo. Posso dizer que todo o país já riu de mim, embora poucos tenham rido do que é meu.”

Foi assim, desta maneira, que em 1968 Millôr Fernandes se apresentou ao Brasil ao estrear na revista Veja. Melhor definição impossível.

Apresentações

Millôr Fernandes

Editora Record

256 páginas + 4 de encarte

Preço: R$ 34,90

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