Se nas redes sociais a torcida era esmagadoramente a seu favor, dentro do estúdio a situação era oposta. A grande maioria dos adversários eliminados ao longo da competição torceram pela vitória de Deborah Werneck. Mas foi Michele Crispim quem deixou a Band na madrugada desta quarta-feira, 23, com o troféu da quarta temporada do “MasterChef Brasil”.
Desde o início, Michele era vista pelos colegas como uma competidora menor, e acreditavam que ela rapidamente seria eliminada. Até mesmoa chef Paola Carosella admitiu aos jornalistas que não botava fé na catarinense no início do reality. “Meu rendimento caiu e percebi que o que eu estava estudando não era suficiente”, disse Michele.
Durante a final, tanto na etapa gravada quanto no ao vivo, Michele viu seus colegas vibrarem com seus tropeços e gritarem histericamente o nome de Deborah, cravando que ela seria a vencedora.
Mas, como se sabe, o resultado foi outro. E os opositores não esconderam suas frustrações, tanto que abandonaram o estúdio tão logo as câmeras foram desligadas e não cumprimentaram a vencedora. Mas ela não se apega a estes detalhes. “Eu me senti tão abraçada pelo Brasil que eu dei mais atenção a esse carinho do público”, afirmou. Leia trechos da entrevista dada pela vencedora do programa:
Ficou incomodada com a pressão negativa de seus colegas?
Eu me senti tão abraçada pelo Brasil que eu dei mais atenção a esse carinho do público. A hashtag #ganhamichele fala por mim, quer dizer que tem muita gente feliz por minha vitória e é a quem eu dedico esse troféu.
Houve algum momento em que você perdeu a confiança em si mesma e pensou que sua hora de ser eliminada havia chegado?
Estar na cozinha do MasterChef é muito difícil. Foram 27.500 inscritos. As provas têm um alto nível de dificuldade. E eu tive dificuldade, mas sempre tive a humildade de ouvir as críticas dos jurados, aprender com elas, e aos poucos eu fui confiando em mim e vendo que seria possível. E hoje eu estou aqui.
A Paola Carosella disse que achava que você seria uma das primeiras eliminadas?
Eu tive dois destaques positivos logo de início, e depois caiu o meu rendimento. Percebi que o que eu estava estudando não era o suficiente. Então acabava a gravação e eu ia para casa e cozinhava de novo. Cozinhava e estudava, porque eu via que meus companheiros eram muito fortes.
Passou a acreditar mais em você?
Passei a acreditar mais em mim, não só na cozinha, mas em todos os outros aspectos da minha vida. Eu sempre fui um pouco insegura e o MasterChef foi determinante para essa mudança de postura.
O que fará agora?
Vou me dedicar à carreira da gastronomia, fazer o meu curso, estudar, trabalhar e depois pensar em ter um negócio próprio.
E o que tem feito desde que as gravações acabaram?
Estava trabalhando com gastronomia. Fiz muitas aulas show e jantares. Estava começando devagar.
O público diz que sua humildade lhe ajudou a vencer o MasterChef. Acredita nisso?
Ajudou e ajuda qualquer pessoa. Este é um programa para amadores. Se a pessoa chega com a postura de profissional, de saber tudo, ela não vai crescer. A minha trajetória aqui foi de superação e de crescimento.
Acreditava na vitória?
Eu estava confiante, saí satisfeita quando entreguei todos os pratos e com sensação de dever cumprido.
Manterá amizade com a Deborah?
Eu admiro muito a Deborah, e eu me arrisquei nos meus pratos porque sabia que ela iria entregar um bom trabalho. Fui para o tudo ou nada. Amizade a gente constrói ao longo do tempo, e tenho certeza de que se a gente se encontrar isso será construído.
E com quem mais?
A Ana Luiza e o Vitor B são as duas pessoas mais próximas de mim.