Metrô-SP expõe obras de arte cibernética em estações

No meio do vai e vem de pessoas, os passageiros da estação Brás do metrô terão uma escadaria a mais para caminhar. Só que ela é virtual, uma projeção que faz o observador experimentar uma sensação de vertigem causada pelo movimento de descida dos degraus. Esta e mais outras cinco obras estarão expostas em estações do metrô de São Paulo, de amanhã a 23 de maio, e fazem parte do acervo de arte cibernética do Instituto Itaú Cultural.

Com um público passante de perfil bem variado, a intenção de colocar essas instalações no metrô, afirma o diretor do Itaulab (laboratório de mídias interativas do Itaú Cultural), Marcos Cuzziol, é mostrar essa manifestação artística para quem eventualmente nunca tenha visitado o instituto e, com isso, ver a arte cibernética de uma forma diferente, em um espaço público. “Mesmo que ele não entenda isso como arte”, diz Cuzziol.

Por definição, explica o diretor do Itaulab, a arte cibernética, desenvolvida com tecnologias contemporâneas, exige uma interação constante entre o observador e a obra – ou entre os subsistemas que a compõe. “Só através dela que a obra se realiza.” E como não poderia deixar de ser, a interação se impõe nas obras em exibição. Monitores irão orientar o público no horário de funcionamento da mostra, que é das 9 horas às 21 horas.

Outras obras

Assim como em “Descendo a Escada”, de Regina Silveira, no Brás, a participação do público é importante nos trabalhos dos outros artistas. Por exemplo, em “Les Pissenlits”, criação de Edmond Couchot e Michel Bret que ficará na estação Paraíso, a força e a duração do sopro do espectador determinam os movimentos das sementes de dentes-de-leão virtuais.

Na estação República, a instalação “OP_ERA: Sonic Dimension”, de Daniela Kutschat e Rejane Cantoni reproduz um grande instrumento musical virtual em forma de um cubo preto preenchido por centenas de linhas luminosas que podem ser tocadas pelas pessoas. Em “Text Rain”, de Camille Utterback e Romy Achituv, que será exposta na estação Itaquera, a projeção do corpo dos participantes é combinada com a animação de uma chuva de letras coloridas que obedecem aos movimentos corporais deles.

Em “Reflexão #3”, a artista Raquel Kogan realizou uma instalação em que a imagem de várias sequências de números é projetada sobre a parede localizada numa sala escura. Essa imagem é, então, refletida em um espelho d’água no chão. Os movimentos da projeção serão regulados por um teclado acionado pelas pessoas que passarem pela estação Tiradentes.

O público poderá ajudar a polinizar flores coloridas de um jardim virtual na estação Sé, resultando em florações inesperadas. Chamada de “Ultra-Nature”, a obra do artista mexicano radicado na França Miguel Chevalier já havia sido exibida na estação Paraíso, em 2008, na primeira parceria do Itaú Cultural com o Metrô, durante a Bienal Internacional de Arte e Tecnologia Emoção Art.Ficial 4.0.

Acervo

A primeira peça do acervo de arte cibernética do Itaú Cultural foi adquirida em 1997, de autoria de Regina Silveira. Atualmente, 15 obras fazem parte da coleção. Para se chegar às seis escolhidas para a exposição, levou-se em conta aquelas que poderiam ser mostradas a um grande público. A adequação ao espaço físico do metrô também serviu como critério, já que a área de exposição teria de ser escurecida para facilitar a projeção dos trabalhos, sem que isso atrapalhasse a circulação dos passageiros.

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