Setenta e cinco instrumentistas de todos os naipes de metais – trompas, trombones, trompetes, saxofones e tubas – realizam juntos um dos grandes concertos da 21.ª Oficina de Música, que acontece hoje, às 20h, na Catedral de Curitiba, com entrada franca. A regência é de um dos maiores trompistas do mundo, o americano Dale Clevenger.

O programa inclui músicas polifônicas dos períodos seiscentista e moderno. Na primeira parte, os 75 integrantes executam Feierlicher Einzug, de Richard Strauss, Fanfare for the Common Man, de Aaron Copland, Jesus, Joy of Men?s Desiring, de Bach, e Fanfare La Péri, de Paul Duka. Na segunda parte, o grupo divide-se em dois coros de metais para tocar quatro Canzones, de Giovanni Gabrieli (1557-1612).

Os brass concerts, como são chamados os concertos com essa numerosa formação de metais, são comuns nos festivais internacionais de música da Europa e Estados Unidos, mas no Brasil são novidade. Em Curitiba o conjunto tem suas peculiaridades, entre elas o fato de reunir músicos profissionais, professores e estudantes, numa faixa etária que vai dos 13 aos 67 anos. “É uma experiência enriquecedora para todos, especialmente para esses jovens que têm a oportunidade de desenvolver em pouco tempo a sua performance”, diz Clevenger. Ele afirma que ficou surpreso ao se deparar com músicos brasileiros tão jovens e tão bons tecnicamente.

O maestro, que vem ao Brasil pela segunda vez – esteve em turnê há dois anos com a Orquestra Sinfônica de Chicago, da qual é o primeiro trompista – elogia a Oficina de Música pela oportunidade que ela oferece aos que gostam de música. “Aqui todos podem participar dos cursos, todos podem tocar, a música é contemplada em todos os seus estilos – antigo, clássico, contemporâneo e popular. Tudo isso faz desta Oficina um festival muito especial”, destaca.

Versatilidade

Membro da Chicago Symphony desde 1966, Dale Clevenger é um músico versátil. Suas áreas de trabalho incluem música de câmara, recitais solo, jazz e gravações de comerciais. Tocou com orquestras em todo o mundo, como a Filarmônica de Berlim, sob a direção de Daniel Barenboim. Fez parte de muitos festivais de música, realizou masters class no mundo todo e atualmente tem trabalhado com a Orquestra Jovem da Comunidade Européia, sob a regência de Claudio Abbado.

Com a Orquestra de Chicago e outros conjuntos gravou CDs, com muitas indicações ao prêmio Grammy. Ganhou o prêmio ao executar os Quintetos de Mozart e Beethoven para sopros e piano. Clevenger também foi regente assistente de Zubin Mehta, na Orquestra Filarmônica de Israel. Há 17 anos toca com o grupo Ears, Jazz of All Eras.

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