Muitos que passam pelas ruas de São Paulo podem não perceber, mas as chances de participar das intervenções artísticas feitas pelo artista plástico Alexandre Órion são grandes.
O estilo é denominado Metabiótica, onde a arte do grafite e da fotografia dividem o mesmo ambiente, unindo a pintura e o personagem num mesmo plano, transformando o cotidiano das pessoas em imagens no mínimo curiosas.
As montagens feitas por Órion já foram expostas em São Paulo, Paris, Rotterdam, Londres, Miami, São Francisco e Nova Iorque. Agora é a vez dos curitibanos, que poderão apreciar as obras inéditas na capital, até o dia 2 de novembro.
Cada imagem é resultado de um processo que pode levar meses de estudo, onde são avaliados locais da cidade, o comportamento das pessoas que por ali passam e as situações onde as imagens podem interagir com as pessoas. Após escolher o local, o artista faz a pintura, e com a máquina fotográfica em mãos, espera e registra a interação espontânea dos passantes.
De acordo com Órion, a fotografia é um processo de montagem, previamente manipulada pelo fotografo. “A idéia das imagens surgiu do meu olhar para o fotojornalismo e a publicidade. A partir do momento em que se tira uma foto, já é possível perceber uma montagem. Independente de truques e manipulações, toda imagem é tendenciosa, pois selecionamos o assunto que queremos que apareça na foto”, explica.
Em suas exposições, Órion procura participar anonimamente como espectador e captar reações de seu público. “Sempre trabalho com a objetividade. Gosto de ver as reações das pessoas. Diversas vezes fico próximo ao publico para ouvir os comentários”, conta.
As reações às imagens de Órion são sempre diferentes. “As crianças dão risada e já captam a idéia da fotografia, os adultos são mais discretos e também entendem o jogo da linguagem, já os críticos, avaliam a linguagem da imagem. Meus trabalhos são livres e feitos para todos os públicos, independente da bagagem cultural de cada cidadão”, diz.
Aos que ficaram curiosos com o trabalho do paulista Alexandre Órion, basta visitar até o dia 2 de novembro, na Caixa Cultural (Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro, em Curitiba) e quem sabe, fazer parte de próximas obras do artista. A entrada é franca.