Frida Kahlo e Remedios Varo são alguns dos artistas que compõem uma das mais importantes coleções privadas da América Latina. Pertencente ao Grupo Femsa, do México, a coleção possui mais de mil obras, entre esculturas, pinturas e fotografias que representam a arte moderna e contemporânea latinoamericana. Até o dia 16 de agosto, parte desse acervo estará disponível aos curitibanos. Trata-se da exposição Latitudes: mestres latino-americanos.

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São 41 quadros em exposição, que reúnem artistas do México, Argentina, Uruguai, Venezuela, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador e Nicarágua. A exposição é dividida em cinco ambientes.

São eles: Influência do Cubismo nos pintores da América Latina, O retrato e a paisagem como testemunhas da identidade, A contribuição estética da América Latina para a arte universal, Incorporação do Surrealismo na plástica latino-americana e Abstração e Informalismo.

A curadora Maria Rodrigues Garza ficou responsável pela escolha das obras presentes na exposição. De acordo com ela, a intenção era de mostrar para todos a importância desses artistas.

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“São pintores muito representativos e responsáveis por obras incríveis feitas no início do século XX. Através dos quadros é possível verificar a intenção dos artistas em representar contextos políticos, sociais e culturais de seus países”, define.

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La guardiana del huevo negro, da argentina Leonor Fini.

O quadro Mi vestido cuelga aqui, de Frida Kahlo, é um dos destaques da exposição. Feito em 1933, nos Estados Unidos, a tela representa uma crítica feita pela artista ao modo de vida dos americanos.

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“Ela começou esse quadro nos Estados Unidos e terminou no México. Em sua tela, Frida critica o modo de vida dos americanos através de elementos como o telefone, a estátua da liberdade e um vaso sanitário. Todos estão interligados com seu vestido bem ao centro da pintura. Esse é um dos únicos quadros em que Frida mistura as tintas com a colagem que, nesse caso, representa operários americanos reivindicando por comida durante as proximidades da crise de 1929”, conta a curadora.

Outra pintura destacada pela curadora é Papilla estrelar, de Remedios Varo. “Em seu quadro, Varo apresenta uma mulher, sentada no alto de uma torre, alimentando uma lua presa numa gaiola com uma papinha de estrelas. Isso representa o amor materno”, explica.

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Mi vestido cuelga aquí, da mexicana Frida Kahlo.

Além desses dois artistas, também estão na exposição quadros assinados por pelos mexicanos Agustin Lazo, Alfonso Michel, Alfredo Martínez, Ángel Zárraga, Carlos Mérida, Carlos Orozco Romero, Cordelia Urueta, David Siqueiros, Diego Rivera, Frida Kahlo, Geraldo Murillo, Guillermo Meza, José Orozco, Leonora Carrington, Manuel Lozano, Olga Costa, Pedro Coronel, Roberto Montenegro e Rufino Tamayo.

Para representar a Argentina os pintores Antonio Berni, Alfredo Hlito, Cesar Paternoso, Leonor Fini, Luis Tomasello e Rómulo Maccio. Do Uruguai há obras de Francisco Matto, Joaquim Torres Garcia, José Gamarra, José Gurvich e Pedro Figari. Da Venezuela estão Armando Reverón, Jacobo Borges e Jesús Soto.

O Brasil é representado por Iberê Camargo e Arcângelo Ianelli, ao lado do chileno Roberto Matta, do colombiano Fernando Botero, do cubano Wifredo Lam, do equatoriano Oswaldo Guayasamin e do nicaraguense Armando Morales.

Serviço,

A exposição Latitudes: mestres latino-americanos acontece no Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico, em Curitiba), até o próximo dia 16 de agosto. A entrada custa R$ 4 a inteira e R$ 2 a meia-entrada. Maiores informações pelo site www.museuoscarniemeyer.org.br.