Não é de hoje que os dribles, os gols e as jogadas magistrais de Lionel Messi encantam a todos. Seis vezes eleito o melhor jogador do mundo (2009, 2010, 2011, 2012, 2015 e 2019), o argentino de 32 anos já cravou seu nome na história do esporte, graças a um desempenho primoroso dentro dos gramados. Fora dele, o craque também começa a se destacar no mundo do entretenimento. O Cirque du Soleil estreou na semana passada, em Barcelona, o espetáculo Messi10, inspirado nas habilidades e na história do atleta.
O camisa 10 merece a homenagem. Dentro de campo, seus números são impressionantes. Apenas na temporada de 2018 e 2019, Messi foi o artilheiro das duas principais competições que disputou. Na Liga dos Campeões, marcou 12 vezes, quatro a mais que o segundo colocado, o polonês Robert Lewandowsky, do Bayern de Munique. No Campeonato Espanhol, o craque anotou 36 gols, marca que lhe rendeu a Chuteira de Ouro, prêmio dedicado ao maior goleador dos torneios nacionais. Sua média foi de mais de um gol por jogo: em 50 partidas oficiais pelo Barcelona, Messi balançou as redes 51 vezes.
Messi assistiu à apresentação do espetáculo do qual foi a fonte de inspiração ao lado da esposa, Antonella Rocuzzo. “É incrível e parece loucura que criem algo baseado em minha vida, minha paixão, meu esporte. Não tenho dúvidas de que o Cirque du Soleil surpreenderá o público”, disse o meia aos jornalistas um pouco antes da estreia no Parc del Fòrum.
O espetáculo é o 46º na história da companhia canadense que, pela primeira vez em 35 anos de trajetória, usa o esporte como tema. O Cirque du Soleil já homenageou nomes como Beatles, Michael Jackson e Soda Stereo. Messi10 se inspira nas habilidades e na história de superação de Lionel Messi desde a sua infância na cidade de Rosário, na Argentina, até o sucesso mundial. No entanto, não é uma biografia do jogador. “O show fala sobre ambição e fazer tudo que você pode fazer, independentemente de quantas vezes caia. A ideia é que ele inspire a todos a dar sempre sua melhor versão nos 365 dias do ano”, contou o diretor Mukhtar O. S. Mukhtar ao jornal O Estado de S. Paulo.
O elenco conta ao todo com 47 artistas. Os números têm acrobacias de tirar o fôlego, passando por marabales, trapézios e trampolins. A magia tão característica do Cirque du Soleil está presente durante todo o espetáculo, que tem duração de 90 minutos, como uma partida de futebol.
Com direito a comentaristas ao vivo e um árbitro no papel de palhaço, o público fica submerso no universo futebolístico dentro do cenário que recria um estádio. Um telão exibe os melhores momentos da carreira de Messi vestindo a camisa do Barcelona e da seleção argentina. O emblemático gol de cabeça do craque contra o Manchester United na final da Liga dos Campeões em 2009 e os dribles históricos contra o Getafe pela Copa do Rei em 2007 são alguns dos momentos exibidos no objeto gigantesco instalado no local.
Uma das especialidades de Messi, as cobranças de falta, também ganham destaque no espetáculo. Acrobacias de dificuldade elevada fazem referências ao esforço do jogador, que treina diariamente para se manter no topo. O telão, mais uma vez, torna-se protagonista e exibe mensagens como “pense rápido” e “mova-se”.
Já na metade da apresentação, Messi é comparado a uma máquina. São muitas as metáforas sobre o craque argentino durante o espetáculo. Sua destreza dentro de campo chega a ser associada a de um leão. As principais características do jogador são apresentadas em quatro atos distintos: força, habilidade, equilíbrio e agilidade.
Messi10 também fala sobre o poder da persistência. Um dos momentos mais emblemáticos da performance acontece quando um dos acrobatas tenta bater o pênalti, mas é impedido pelos outros artistas. Depois de muito se esforçar, ele finalmente consegue fazer o gol. Letras garrafais na arquibancada formam a frase: “Nunca desista”.
No fim da apresentação, Messi é ovacionado pelo público. Bandeiras de diversos países são hasteadas simbolizando a importância do jogador não só para o Barcelona, clube espanhol que defende desde as categorias de base, e a seleção argentina, mas para a história do futebol mundial.
“O Messi é uma lenda viva e estamos encantados em trabalhar com ele. Estamos convencidos de que dar vida ao legado do Messi no palco vai emocionar o público e todos os fanáticos por futebol pelo mundo vão se identificar bastante com a história”, afirma o presidente e diretor de operações do Cirque du Soleil, Jonathan Tétrault.
O Cirque du Soleil permanecerá ao menos mais um mês em Barcelona, única cidade espanhola que recebe o espetáculo. Os ingressos para todas as apresentações já estão quase esgotados. Depois disso, haverá uma turnê mundial que deve chegar a Buenos Aires em junho de 2020. Outras países ainda não foram definidos, mas o Brasil seria um dos prováveis destinos de Messi10.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.