A Associação Brasileira dos Produtores de Discos (Abpd), que representa as maiores gravadoras do País, divulgou ontem resultados do relatório anual de 2003, no qual retrata, com auxílio de gráficos e números, a performance do setor fonográfico no Brasil e no mundo, no ano passado. No mesmo relatório, a entidade também antecipou o resultado do balanço do 1.º semestre de 2004, que apontou que o mercado fonográfico brasileiro vem se recuperando da queda de vendas de 17% em valores e 25% em unidades no último ano. Segundo o documento, no 1.º semestre deste ano, houve um crescimento de 39,2% em valores e 35,9% em unidades, em relação ao mesmo período de 2003.
No geral, 2003 representou mais um ano difícil para o mercado fonográfico não só do Brasil, como mundial. No País, a queda das vendas é atribuída aos efeitos da pirataria física, principal problema do setor nacional atualmente, que já representa cerca de 52% do mercado, aliada à recessão econômica e a troca ilegal de arquivos de música pela internet. No formato CDs musicais, o Brasil apresentou uma queda de vendas em 22,7% em valores e 27,7% em unidades líquidas vendidas. Desse total, 77% representam vendas de produtos nacionais e 23%, de produtos internacionais.
Já o segmento de DVD está em franco crescimento, seguindo uma tendência mundial. No ano passado, o mercado brasileiro apresentou uma variação positiva de 37,2% em valores e de 21,4% em unidades. Desse resultado, 42% equivale a produtos nacionais e 58%, a internacionais.
A pirataria, principal fonte de dor de cabeça para o setor mundial, ganhou capítulo à parte. De acordo com informações da Ifpi, as vendas de CDs piratas atingiram cifra recorde de 1,1 bilhão de discos em 2003, representando 35% de todos os discos vendidos no mundo e um negócio ilícito de US$ 4, 5 bilhões. Dos 10 países onde o problema da pirataria é mais preocupante, quatro estão na Ásia, três na América Latina e três na Europa. O Brasil está na lista de países em que a campanha antipirataria é prioritária.