Mentiras e uma grande semelhança

Com uma trama que envolve sósias, mentiras e jogos de interesse, a novela mexicana A Outra estréia amanhã, dia 15, no SBT. Nos papéis principais, estão a bela Yadhira Carrilo – de A Usurpadora e O Privilégio de Amar – e o argentino Juan Soler, da versão original de Canavial de Paixões.

Na verdade, o folhetim era para ser a próxima novela “híbrida” do SBT. Com texto mexicano e produção e elenco nacionais, teria Mel Lisboa e Cláudio Heinrich como protagonistas e já estava confirmada para suceder Canavial de Paixões, às 20h40. Isso, até duas semanas atrás, quando Silvio Santos vetou a produção. “Os custos eram altos e tínhamos pouco tempo hábil para adiantar as gravações”, justifica David Grimberg, diretor do núcleo de teledramaturgia do SBT.

A história de Liliana Abud gira em torno de Carlota e Cordélia. As duas jovens, vividas por Yadhira Carrillo, são idênticas fisicamente, mas com personalidades bem diferentes. No destino delas, está Álvaro, personagem de Juan Soler. Médico de bom caráter, ele se apaixona pela tímida Carlota. Mas sofre oposição da mãe dela, a ambiciosa Bernarda, de Jaqueline Andere. Levado por Bernarda a supor que Carlota morreu, Álvaro muda-se para outra cidade e tenta esquecê-la. Mas parece impossível, já que se depara com uma sósia idêntica à sua amada. Impressionado com a semelhança física de Cordélia e Carlota, ele se deixa envolver pela jovem interesseira. Cordélia não perde tempo. De olho na fortuna do rapaz, faz de tudo para ficar ainda mais parecida com a outra. Pesquisa o passado de Carlota e passa a imitar as roupas, hábitos e até o temperamento dela. A partir daí, uma série de tramas paralelas se desenvolvem até o reencontro de Carlota e Álvaro, alguns anos depois.

Já não é de hoje que gêmeos, sósias ou, mais recentemente, clones inspiram argumentos para novelas. Apesar disso, David Grimberg afirma que a decisão de exibir A Outra foi do próprio Silvio Santos e não teve nenhuma “intenção estratégica” de explorar o tema. “Acho que se trata de uma simples coincidência”, diz.
A Outra – ou melhor, La Otra – foi produzida pela Televisa e exibida com sucesso no México em 2002. Depois, chegou a ser eleita a melhor telenovela do ano pelo TV y Novelas Award e passou a ser exibida em vários países da América Latina. Yadhira Carrillo – que já havia se destacado nos papéis principais de novelas como A Usurpadora e O Privilégio de Amar – também foi elogiada por conta da dobradinha como protagonista e antagonista de A Outra. Na verdade, a 11.ª novela da bela morena, desde que ela despontou como segunda colocada no concurso Miss México, em 1994.

Belo trunfo

De fato, o SBT aposta em trunfos como a beleza de Yadhira para não deixar que o público sinta falta de uma produção própria, com elenco nacional – tendência que há muitos anos se perpetuava no horário nobre. Além disso, a desistência em transformar A Outra em mais uma novela “híbrida” deixou seqüelas. Mel Lisboa, por exemplo, já havia até assinado contrato com a emissora de Silvio Santos para protagonizar a novela. Depois, declarou que se sentia no direito de recusar qualquer trabalho vindo do SBT. Enquanto isso, o núcleo de teledramaturgia da emissora vem se dedicando à pré-produção de Deus por Testemunha – novela que substituirá A Outra nos moldes das anteriores. Ou seja, com texto mexicano e produção e elenco nacionais. “As gravações começam no fim de março”, adianta David Grimberg.

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