Aos 25 anos, o Menino Maluquinho virou um Cara Legal. Mais que isso, virou filme, peça, ópera, tirinha em quadrinhos, virou amigo e herói de muitas crianças. Neste ano virou também programa de TV. A série inédita é produzida pela TVE e estreou no canal no último domingo, às 18h30.
Sexta-feira (24) é a vez de a série estrear na TV Cultura, às 14 horas. A novidade deixou seu criador, o cartunista Ziraldo, satisfeito. "Foi o melhor presente que o Menino Maluquinho ganhou de aniversário. É um trabalho que recompensará a todos que participaram de sua criação, não só no Brasil como nas TVs de todo o mundo."
Quem está acostumado com os quadrinhos e tem ainda frescas na memória as aventuras vividas pelo Menino nos dois longas-metragens ("Menino Maluquinho", de Helvécio Ratton, e "Menino Maluquinho 2", de Fernando Meirelles e Fabrízia Pinto), vai surpreender-se. "Nos mantivemos fiéis ao livro, que fala de um menino igual a tantos outros, que não tem superpoderes nem vive em um mundo estranho. O livro não tem um roteiro, não é uma história de aventura, mas uma biografia. Foi esta linha que seguimos", conta Anna Muylaert, responsável pelo roteiro dos 26 episódios e pela adaptação para a TV, ao lado de Cao Hamburger. A dupla já tem no currículo sucessos como "Castelo Rá-Tim-Bum".
Anna teve em sua própria casa o laboratório e fonte de inspiração para histórias de meninos maluquinhos. "Em 2005, quando escrevemos os roteiros, meus filhos, Joaquim e José, tinham exatamente 5 e 10 anos. Esta é a idade dos meninos na série", explica. Estes meninos são Felipe Severo (de 5 anos) e Pedro Saback (de 10). "E eles são como os meus meninos, felizes, como tantos outros. O de 5 corre pela casa sem parar. Já o de 10 quer mais sua privacidade. José ?revisou? todas as histórias e aprovou."
Se no livro, pouco se sabia sobre o Cara Legal em que o Menino Maluquinho havia se tornado, na série ele ganha destaque. Ele é vivido por Antônio Alves Pinto, sobrinho de Ziraldo. "Ele é um comentarista. Cada episódio terá tanto flash-backs do menino de 10 anos sobre as experiências que viveu aos 5, como histórias correndo em paralelo", adianta o diretor César Rodrigues, que foi assistente de direção de Meirelles no cinema. "O que queremos transmitir é a história de um menino real. Por isso ele é tão especial. Ele tem uma família bacana. Seu grande vilão é a própria vida e seus percalços", conta Rodrigues.
E todos são unânimes ao desejar uma nova temporada. "É uma história de amor à infância. Quero que esta primeira fase faça seu caminho, mas espero que trabalhos como este ganhem mais destaque na TV aberta em geral", aposta Rodrigues, que já tem vários projetos para tocar em parceria com Anna.
