Guarde o local e o horário – sábado, às 5 da tarde, no Anexo dos Congressistas no Memorial da América Latina. Será a mesa dos homenageados, mas estarão presentes apenas dois deles – Guido Araújo, criador da Jornada Internacional de Cinema da Bahia, criada em 1972 e voltada à difusão de documentários e filmes de conteúdo social e político, e José Carlos Avellar, crítico, autor de Ponte Clandestina – Teorias de Cinema na América Latina, entre outros filmes.
Avellar e outro crítico, o uruguaio Manuel Martinez Carril, receberam carta branca do Festlatino para selecionar um conjunto de filmes expressivo não apenas da identidade latino-americana, mas que também espelhassem formas de produção e narrativa adequadas para colocar na tela a realidade humana e social e a diversidade cultural do continente. Estava acertado que ambos fariam a apresentação dos filmes escolhidos, mas Carril sofreu um acidente. Está bem, mas permanece em Montevidéu, impossibilitado de viajar ao Brasil para defender com Avellar as escolhas de ambos.
A ideia era privilegiar a produção mais recente, mas entre os 11 títulos selecionados está um clássico quase cinquentenário, como Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, de 1964. Num texto especial para o catálogo, sob o título Roteiro para a Imaginação, Avellar observa que talvez seja possível imaginar o cinema feito em diferentes pontos da América Latina na década de 1960 como uma espécie de roteiro para o que se filma agora – com muita liberdade e sem seguir ao pé da letra o que foi anotado, numa livre improvisação sobre o cinema daquela época. E Avellar acrescenta que, mesmo quando não querem ler nem seguir aquele roteiro, os novos autores não partem mais do zero, pois, de algum modo, o fato de esse cinema roteiro ter existido estimula até mesmo caminhos opostos aos que indica.
8º FESTIVAL DE CINEMA LATINO-AMERICANO DE SP – De 11 a 18/7. Grátis. Locais e programação completa: www.festlatinosp.com.br
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.