Megaespetáculo marca os 150 anos do Paraná

Cerca de quinhentos paranaenses, entre atores, bailarinos e figurantes encenaram o espetáculo Paraná, Água Grande da Nossa História na sexta-feira, dia 19, em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba. O evento, em comemoração ao Sesquicentenário da Emancipação Política do Paraná, foi dirigido por Wladimir Ponchirolli. O texto do espetáculo foi escrito pelo deputado estadual Rafael Greca, pela jornalista Margarita Sansone e pela ex-primeira-dama do Paraná Flora Munhoz da Rocha, viúva do ex-governador Bento Munhoz da Rocha.

Após o governador Roberto Requião declarar abertos os festejos dos 150 anos de emancipação política do Paraná, o Hino Nacional foi executado e a encenação começou com atores representando o Bento conversando com Flora, no momento da inauguração do Palácio Iguaçu, no dia 19 de dezembro de 1954, sobre a história do Paraná. Os dois estavam no que seria a sacada do Palácio.

?Eles lembraram a chegada de Getúlio Vargas em 19 de dezembro de 1953, o desfile do Centenário, a construção do Centro Cívico, a abertura da Avenida Cândido de Abreu, o progresso do Paraná naquele tempo, os cafezais, a fundação de Maringá e toda a trajetória do Paraná, desde a Capitania de Paranaguá até a chegada do Zacarias de Góes e Vasconcelos, para fundar a província em 19 de dezembro de 1853?, explicou Greca.

Produção

O espetáculo, que há quatro meses estava sendo produzido, foi multimídia, com o uso de efeitos luminosos, raio laser e filmes históricos, que foram projetados em um imenso telão de 16m x 20m, instalado na fachada do Palácio. O figurino de época foi providenciado pelo curitibano Ney Sousah e também por Maurício Appel, produtor do filme Barão do Serro Azul.

A Banda Sinfônica da Polícia Militar do Paraná, os corais Paraná e de Cadetes da Academia do Guatupê executaram músicas paranaenses. Também participaram da encenação tropeiros de várias partes do Estado e ginetes do Regimento Coronel Dulcídio da Polícia Militar. O encerramento da peça foi com fogos de artifício em formato de cascata, que simbolizaram as Cataratas do Iguaçu. Depois dos fogos, a dupla paranaense Chitãozinho e Xororó realizou um show.

Requião cita crescimento industrial acima da média

?O Paraná cresceu este ano industrialmente sete vezes acima da média brasileira. Cresceu com a força do campo, da agricultura, da pecuária, dos agronegócios. Esse é o verdadeiro Paraná. Não é o Paraná das multinacionais subsidiadas. E é esse Estado que nós comemoramos hoje: 150 anos de muita garra, progresso e cada vez vamos ficar melhor?, disse o governador Roberto Requião, durante as comemorações do sesquicentenário da emancipação política do Paraná, na última sexta-feira.

Após declarar abertos os festejos, o governador e a primeira-dama, Maristela Requião, assistiram ao espetáculo na calçada, em frente ao palco principal. ?Essa festa maravilhosa tem o tamanho e a importância do nosso Paraná. O Paraná merece isso porque é o grande Estado do País e sem história e sem passado, ninguém tem uma referência para avançar?, afirmou Requião. O governador também assistiu ao show da dupla Chitãozinho e Xororó.

Em entrevista para a TV Paraná Educativa, ao final do espetáculo, o governador fez um rápido balanço das ações realizadas esse ano, principalmente na área social, como o ?Luz Fraterna?, a tarifa social da água e o programa ?Leite das Crianças?.

Para Requião, ?água tratada é mais importante que vacina porque previne doenças, assim como a eletricidade, que faz funcionar a geladeira impedindo a deterioração dos alimentos?. Sobre o ?Leite das Crianças?, o governador ressaltou que além da distribuição de leite para as crianças, também está acontecendo a organização da pecuária leiteira do Estado, com a melhoria genética dos rebanhos e a construção de unidades de refrigeração e pasteurização.

Além de relembrar o combate aos bingos e aos transgênicos, Requião destacou o aquecimento que a economia paranaense teve em 2003. ?O Paraná vai bem porque o povo é maravilhoso e a nossa economia está dando respostas fantásticas. Aqui no Paraná, o espetáculo do crescimento já começou porque nós seguimos a ?Carta de Puebla?, a opção preferencial pelos pobres. E isto significa a opção por empregos ou por empresas que gerem empregos e criem raízes na nossa terra?, finalizou.

Secretários elogiam

A primeira noite de comemorações dos 150 anos da emancipação política do Paraná, na sexta, em frente ao Palácio Iguaçu, foi considerada pelo secretário de Comunicação Social, Airton Pisseti, um novo momento histórico porque coincide com a mudança radical na maneira de governar o Estado. ?O governador Roberto Requião marca o início de um novo tempo, início de um governo que produz mudanças tão revolucionárias que surpreende pela coragem?.

As comemorações dos 150 anos também foram elogiadas por outros secretários de Estado presentes ao evento. Para o secretário da Justiça, Aldo Parzianello, o Paraná é um Estado que tem que ser lembrado pela sua importância e pela maturidade dos seus homens públicos. ?Estes fatores demonstram que a comunidade participa intensamente do desenvolvimento do Estado e por isso o Paraná é tão próspero, seguro e promissor?, disse.

Chitãozinho e Xororó lembram raiz paranaense

A dupla sertaneja paranaense Chitãozinho e Xororó, que se apresentou na primeira noite das comemorações dos 150 anos de emancipação política do Paraná, disse estar honrada e feliz com o convite para o show. ?Estou com a sensação de volta para casa?, contou Xororó. ?Quando viajamos pelo Brasil e pelo exterior, levamos o nome do Paraná junto?, disse Chitãozinho. O governador Roberto requião acompanhou todo o show.

Os músicos disseram também que acompanham e apóiam as ações e posições assumidas pelo governador Roberto Requião, principalmente com relação aos transgênicos. ?Vi o Requião em um restaurante em São Paulo, quis cumprimentá-lo e elogiá-lo, mas fiquei constrangido. Considero a sua posição de proibir transgênicos correta?, confessou Chitãozinho.

História

Chitãozinho e Xororó nasceram em Astorga, no Norte do Estado. Ainda crianças moraram em Marechal Cândido Rondon, no Oeste, e, na adolescência, mudaram para São Paulo, onde formaram a dupla. No final dos anos 70 já eram conhecidos, mas foi em 82, com a música Fio de Cabelo, que ficaram famosos.

O show da dupla paranaense começou por volta das 22h da sexta-feira e durou pouco mais de uma hora. Eles cantaram músicas consagradas pelo público, como Nuvem de Lágrimas e Rei do Gado. ?Hoje, fazendo uma análise de tudo o que aconteceu conosco, penso que queríamos só cantar, mas não imaginávamos que teríamos tanto sucesso?, disse Xororó.

Na platéia, emoção em todas as idades

As comemorações do sesquicentenário de emancipação política do Paraná foi oportunidade para milhares de pessoas conhecer e rever a história do Paraná através do teatro montado em frente ao Palácio Iguaçu, na noite de sexta-feira. A chegada dos portugueses, a Vila do Príncipe, o caminho dos tropeiros e a construção do Centro Cívico foram acompanhados pelos olhos atentos de espectadores de várias idades. O teatro envolveu dançarinos e foi acompanhado pela projeção de fotos históricas em telão.

Para a cientista política Vera Schimdt, a encenação foi ?uma forma de lembrar para a população como se construiu nossa identidade política e cultural?. Natural do Oeste do Estado, Vera gostou do enfoque utilizado. ?Todas as regiões do Estado foram consideradas e tiveram seu capítulo no resgate histórico?, afirma.

O casal Manuel Pedro Santos e Edy Teixeira Santos se emocionou com a apresentação. Ambos eram crianças quando foi implantado o Plano Agache, que determinou as linhas do Centro Cívico. ?Naquela época era impossível imaginar que haveria uma festa como esta cinqüenta anos depois?, lembra Edy. Ela ressalta que um dos efeitos paralelos da pavimentação e construção dos prédios que abrigam os Três Poderes foi a valorização imobiliária. ?Minha mãe tinha casas alugadas aqui e, rapidamente, os aluguéis da região subiram?, diz.

Manuel teve a oportunidade de acompanhar e participar da história. Funcionário aposentado do Tribunal de Contas, teve em suas mãos os documentos da construção do Palácio Iguaçu. ?Estou emocionado ao ver hoje esta festa e as pessoas lembrando com tanto carinho da obra de Bento Munhoz da Rocha?, considera.

Os mais jovens também tiveram a oportunidade de conhecer a história política do Paraná através do teatro. Marcelo Palmeiro fez questão de levar o filho Gustavo, de oito anos, para ver a encenação. ?É importante que as crianças saibam como nossas instituições foram construídas?, salienta. Unindo gerações, a festa foi encerrada com show da dupla sertaneja natural de Astorga, Chitãozinho e Xororó.

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