O doutor Conrad Murray, que é julgado pelo homicídio culposo de Michael Jackson, escutou nesta segunda-feira, na retomada do julgamento sobre a morte do astro, um dos médicos que testemunharam dizer que jamais teria aceito pagamento para fazer o que Murray fez – ministrar um anestésico hospitalar na mansão do astro. “Eu nem mesmo consideraria fazer algo assim”, disse o doutor Paul White. “É algo que nenhuma soma de dinheiro me convenceria a fazer”, afirmou White.
White disse que o uso do anestésico propofol para tratar a insônia do astro foi “um uso completamente fora dos padrões para o uso dessa droga”. White também reconheceu que o propofol jamais deveria ter sido ministrado fora de uma instalação hospitalar ou clínica, porque não existiam equipamentos de emergência para salvar a vida de Jackson se algo saísse errado.
White, um médico anestesista aposentado, é algumas vezes apresentado como o “pai do propofol” por causa das suas pesquisas sobre a droga. Mas White não atraiu a simpatia do tribunal nesta segunda-feira. O juiz ameaçou multá-lo em US$ 1 mil porque reclamou do tribunal durante o depoimento.
White também passou por um questionamento mais forte do tribunal. O promotor David Walgren atacou uma declaração recente de White, a de que Michael Jackson provocou a própria morte. Walgren questionou os cálculos científicos de White e notou que o anestesista aposentado uma vez induziu a defesa de Murray a pensar que Jackson havia tomado uma dose extra de propofol.
Embora não tenha culpado Murray pela morte do astro, White disse acreditar que o médico de Jackson deve ter deixado uma seringa cheia de propofol em um lugar ao qual o astro teria um fácil acesso. Essa teoria não foi elaborada antes e pode explicar como Michael, que estaria grogue da dose anterior, pegou a seringa e injetou a droga em uma veia. Essa teoria levantou reclamação de várias pessoas presentes no tribunal. Michael Jackson morreu aos 50 anos em 25 de junho de 2009.
As informações são da Associated Press.