Sandra Kogut, DIRETORA
Sandra Kogut, uma diretora perfeccionista? Ela se empenha em fazer seus filmes da melhor forma possível, mas prefere se definir como ‘imperfeccionista’. Uma maneira de captar a vida como é.
Depois de Mutum, outro filme seu com crianças?
Nem me fale. Cheguei a ficar preocupada com isso, mas a história e os personagens me possuíram. Campo Grande começou a nascer em Mutum. A mãe que dá o filho. É uma coisa muito forte, muito dolorida. Aquilo ficou comigo. Queria entender. Fui a abrigos, falei com assistentes sociais, com crianças. O que me atraiu foi a complexidade da situação toda.
Você trabalha com um elenco maravilhoso, Carla Ribas, as crianças Rayane do Amaral e Ygor Manoel. Como chegou a eles?
A escolha do elenco já é o filme. Você escreve, mas quem vai viver as cenas são os atores. E não é a escolha de um ator, é a interação entre os atores. O Yves foi o primeiro que testei e me encantou. Mas haviam os outros. Quando Carla e ele se encontraram, me convenci de que teria um filme.
O filme é sobre o encontro de uma mulher burguesa que está em crise e um menino que foi abandonado com a irmã pela mãe em frente à casa da ex-patroa. Ecos de Que Horas Ela Volta?
O filme é sobre o encontro desses dois mundos, mas a gente não pensa nisso quando filma. Estava ligada nos personagens, na história. Pensar nisso é função de vocês, os críticos. Mas, sim, O Som ao Redor, o Que Horas…?, Casa Grande, o meu filme. O Brasil reflete-se em todos eles.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.