O cantor e compositor Jorge Mautner e o escritor Marcelino Freire encerraram os trabalhos da quinta-feira, 2, na 13ª edição da Flip, em Paraty, numa mesa que misturou bom humor, crítica social e psicodelia.
Numa representação muito digna do próprio discurso – que pregou a particular e típica simultaneidade do Brasil – Jorge Mautner reuniu citações de Paul Goodman, Marechal Cândido Rondon, Jorge Caldeira, Benedito Valadares, Buda, Carvaka, Heideguer, Freud, Fernando Pessoa e Papa Francisco, entre muitos outros, para arrancar contínuas gargalhadas da plateia.
“O mundo não bebe, come ou respira sem o Brasil”, disse o artista, hoje com 74 anos. “Ouro, prata, agroindústria que alimenta a República Popular da China, maior reserva de nóbio do mundo”, enumerou – otimista, ele acredita que é preciso estar atento a qualquer onda conservadora que possa existir no Brasil, mas considera o País “um milagre”. “É o povo mais pacifista do planeta, trabalha muito e faz tudo”, atestou.
Após citar casos recentes de violência policial e a aprovação da PEC que diminui a maioridade penal na Câmara dos Deputados, Freire foi taxativo: “escrevo para me vingar”. O autor está relançando Amar é Crime pela editora Record – ele comentou que, hoje em dia, “os verdadeiros assassinos estão pregando o amor”, e que o livro passa por isso.
“Eu, como homossexual, estou feliz com a homenagem ao escritor Mário de Andrade”, comentou.