Todos os dias, o pintor Rodrigo Kiko, de 28 anos, vai da Rua Tutoia, onde mora, para a Avenida Paulista. Ele costuma passar pela Casa das Rosas sem mostrar muito interesse, mas ontem algo chamou sua atenção. Era uma obra de Toulouse-Lautrec: “Madame la Comtesse Adèle”. No chão havia um Van Gogh: “Natureza-Morta Com Prato, Vaso e Flores”. Rodrigo parou por 5 minutos para apreciar as pinturas.
É a reação esperada pelo curador do projeto “Revelarte – O Masp nas Ruas”, Teixeira Coelho, também curador do Museu de Arte de São Paulo. “Queremos quebrar a rotina visual das pessoas e divulgar as obras do Masp para quem não costuma ir ao museu”, explica. Em um raio de 1,5 km do Masp, entre as Avenidas Brigadeiro Luís Antônio e Radial Leste e as Ruas da Consolação e Estados Unidos, começaram a ser expostas ontem 40 reproduções de obras do museu.
Propositalmente, as reproduções estarão ao alcance do público. A falta de vigilância é parte da proposta do Revelarte. As obras são à prova d’água. Na altura do n.º 648 da Paulista, a atriz Margareth Masquiapell, de 36 anos, se mostrava surpresa com a falta de proteção das obras. “Alguém pode pichar.” Alguns pedestres viram o pescoço para ver melhor as telas. Poucos param. Não importa. Eles enxergaram arte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.