O diretor-presidente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), Heitor Martins, confirmou nessa quarta-feira, 1, que o curador-chefe do museu, Teixeira Coelho, continua vinculado à instituição, ainda que não no cargo ocupado por ele nos últimos sete anos. Martins negou que o novo titular da área tenha sido escolhido. “É leviano falar que tudo está fechado, pois o Conselho do museu vai se reunir no dia 8 justamente para decidir quem serão os curadores”, disse o presidente do Masp. Martins garantiu que não nomeou o crítico Adriano Pedrosa para o lugar de Teixeira Coelho. “Ponderamos, eu e o conselho, que é melhor mudar o modelo curatorial e penso que deveremos ter entre quatro e cinco curadores trabalhando em equipe, não exclusivamente vinculados ao Masp”.
Martins também negou que o Masp poderia vender obras para quitar suas dívidas, informação extraoficial como a do anúncio do nome de Adriano Pedrosa como curador-chefe do museu. “Nunca passou pela nossa cabeça vender obras para pagar dívidas, isso é uma coisa horrorosa, não faz sentido.” O diretor-presidente reafirmou que a questão do endividamento do Masp está praticamente resolvida – o museu tem uma dívida de R$ 12 milhões e R$ 10 milhões já estão garantidos para saldar os compromissos.
O novo modelo curatorial, que deverá ser examinado pelo conselho do museu no dia 8, segue a lógica da pluraridade para se conformar às necessidades de um museu que tem, entre suas 8 mil obras, peças de todos os períodos da história da arte, da Antiguidade clássica ao contemporâneo. “Não existe um curador com cabeça renascentista capaz de conhecer tudo isso, o que nos leva ao modelo da curadoria dividida entre curadores senior e junior”, observou Martins.
Sobre a possibilidade futura de comprar obras para o Masp com o dinheiro da venda de peças do acervo, ela parece remota. Toda a coleção do museu (além do prédio e do mobiliário) foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em dezembro de 2003. Nessa reunião, grupos de pressão brigaram por causa da inclusão dos cavaletes de vidro projetados por Lina Bo Bardi para expor o acervo. O Instituto Lina Bo Bardi pediu o tombamento, mas o ex-presidente Júlio Neves conseguiu que os cavaletes fossem incluídos no item mobiliário – ou seja, ficava a critério do curador usá-los ou não, embora o decreto do Iphan, ao tombar o mobiliário, obrigue o Masp a responder pelos danos causados aos cavaletes, hoje fora do alcance da vista dos visitantes do museu.
Do acervo permanente, o museu tem hoje 250 obras expostas. Martins não anunciou as mostras temporárias do próximo ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.