A modelo Maryeva Oliveira reconhece que não é nenhuma “expert” em surfe. Ela bem que tenta, mas ainda não se arrisca em nenhuma manobra mais radical nem se lembra dos nomes dos surfistas mais bem colocados do ranking nacional.
Mas nada disso tem importância. Quando aparece na tela da MTV para apresentar o SuperSurf, essa catarinense de 21 anos arranca suspiros do público masculino. Tanto que ninguém parece se incomodar se ela sabe ou não a diferença de um aéreo para um tubo. “Este ano foi maravilhoso porque aprendi muito no SuperSurf. Infelizmente, agora que estou querendo mostrar o meu melhor, o programa está acabando…”, lamenta.
De fato, na próxima terça, a MTV exibe a sexta e última etapa do SuperSurf, direto da Prainha, no Rio de Janeiro. Lá, Maryeva repetiu a rotina de gravações que vem tendo desde abril, quando assumiu o microfone do programa em Maresias, no litoral de São Paulo. Embora ainda esteja longe do que considera ideal, ela lembra que a maior dificuldade que sentiu no começo da temporada foi associar o nome à pessoa dos 48 inscritos no campeonato. “Procuro ficar atenta ao que acontece à minha volta. Quando vou à praia para trabalhar, não fico papeando ou pegando sol”, frisa.
Mesmo assim, Maryeva dispõe de um consultor bastante especial: o irmão Bernardo, de 24 anos. “Quando tenho alguma dúvida, ligo para ele na mesma hora”, conta. Assim que terminar o campeonato, Maryeva espera voltar para Florianópolis, cidade onde nasceu, e mostrar para Bernardo o que aprendeu no SuperSurf. “Você vê os outros fazendo e acha que pode fazer também. Mas eu ainda não surfo. Eu brinco de surfar”, corrige.
Das seis etapas do SuperSurf, Maryeva elege as de Maresias e Saquarema como as melhores. E por um motivo simples: foram as que apresentaram as melhores ondas, com cerca de 2 metros de altura. “Quando o mar está alto, tudo fica mais emocionante”, empolga-se a apresentadora.
Mas nem sempre o tempo colabora. Os primeiros dias de gravação do SuperSurf na Prainha, no Rio de Janeiro, foram prejudicados por uma indesejável frente fria, que trouxe chuva fina e “mar mexido”. Nessas horas, ressalta o diretor Marcelo Andrade, não há muito o que fazer. “As pessoas bonitas só vão à praia se tiver sol. E o sol, você sabe, não depende de nós!”, lamenta.
Mas, com chuva ou com sol, o SuperSurf não podia parar. E não parou, nem deve parar. A MTV e a KN Vídeo, produtora responsável pelo programa, já renovaram contrato para 2003. “O programa não tem porque parar porque foi um sucesso. Sucesso de público e de mídia”, avalia Marcelo Andrade, também produtor da KN. Se depender de Maryeva, ela também volta a apresentar o SuperSurf no ano que vem. “Viajo uma vez por mês, conheço lugares paradisíacos, ganho razoavelmente bem e ainda conheço uns surfistas gatões… Qual é a mulher que não quer um emprego desses?”, brinca.
Por isso mesmo, Maryeva aproveitou as viagens do SuperSurf para conhecer os locais visitados. Itacaré foi um deles. “Não dá para viajar até lá e ficar trancada dentro do hotel, não é mesmo?”, justifica. Entre um intervalo e outro das gravações, Maryeva aproveitava também para jogar charme para cima dos “surfistas gatões” a que ela se refere. O mesmo charme que a tornou famosa no anúncio da cerveja Brahma, em que sentia um perturbador arrepio depois que uma gota saliente de suor lhe percorria o corpo. “Volta e meia, dou uma paqueradinha, mas nada sério”, afirma a modelo, que já namorou o tenista Gustavo Kuerten e o ator Paulinho Vilhena.
A recíproca, porém, não é verdadeira. Embora seja a única garota no meio de um monte de “galalaus”, ela jura de pés juntos que raramente recebe qualquer tipo de cantada. “O pessoal é muito respeitoso. Eles me tratam como a mascote do grupo. Já recebi muito xaveco, mas foi na época da gotinha”, confessa ela, referindo-se ao tal anúncio que deixou muito marmanjo de boca seca.